30 de junho de 2008

Espiritualidade II




Gostaria de continuar falando sobre a espiritualidade em um contexto amplo, universal. É necessidade de todos nós, seres humanos da Terra, nos espiritualizarmos. Assim como precisamos comer, dormir, ir ao médico, também precisamos do alimento para o Espírito.

Para muitos – e eu mesmo já passei por essa experiência, e ainda passo – é difícil entender e conseguir esse tipo de alimento. Nossa passagem pelo corpo material é muito rápida (a média de nosso país é de aproximadamente 72 anos, de acordo com o IBGE) e pouco produtiva. Ainda estamos apegados às paixões, quase animalizadas, aos vícios tão degradantes para nosso Espírito. Por isso a dificuldade de conseguir atravessar essa barreira, nos acomodamos em nossa vida inalteradamente material e esquecemos de nutrir nosso mais precioso bem.

A palavra espiritualizar quer dizer converter em espírito, divinizar, ou ainda, dar feição superior ou espiritual. Com isso é possível entender melhor nossa tarefa árdua, mas necessária de nos espiritualizar. Que cada pessoa faça da sua maneira, com sua religião, ou sem religião alguma, mas faça. Nosso tempo é precioso. Temos pouco tempo para agir e fazer tudo que nos foi solicitado. Temos pouco tempo para aprender, crescer, e até ensinar. É possível transformar nossas atitudes, nossa vida. Começando pela transformação interna.

Quantas vezes não ouvimos alguém falar, ou até mesmo falamos: “Minha vida é um inferno!”. Mudando nossas atitudes e pensamentos, naturalmente nossa vida melhora, enxergamos a vida com outros olhos. Por isso não importa a sua religião, não importa sua crença. O que importa é nos amarmos, e também os que estão à nossa volta. Incondicionalmente, ou seja, sem condições, sem limites, ou imposições. E naturalmente tudo vai se transformando em nossa volta, vamos alimentando nosso Espírito de coisas boas.

Faça o possível, e o impossível também, para alcançar a harmonia espiritual, pois ela se propaga à nossa volta! Não se esqueça!


Oração ao Espírito Santo
(http://www.declaracaodeamor.com/index.php)
Espírito Santo, tu és a alma de minha alma! Adoro-te humildemente.
Ilumina-me, fortalece-me, guia-me, consola-me.
Revela-me quanto corresponde aos planos de eterno Pai.
Revela-me teus desejos.
Faze-me conhecer o que o amor eterno deseja de mim.
Faze-me conhecer o que devo fazer.
Faze-me conhecer o que devo sofrer.
Faze-me conhecer o que devo, em silêncio, modéstia e reflexão, aceitar, suportar e aturar.
Sim, Espírito Santo, faze-me conhecer tua vontade e a vontade do Pai, pois quero que toda a minha vida não seja senão um contínuo e perpétuo.
Sim aos desejos, à vontade do Pai eterno.

Amém.

28 de junho de 2008

Espiritualidade

Estamos vivendo um processo de transformação em nosso planeta. Para as pessoas é um grande temor os fenômenos, tanto naturais como artificiais, cada vez mais frequentes nos últimos anos. A mídia tão sensacionalista fala em desastres, catástrofes, destruição, morte, etc. Devem ser consideradas muitas variáveis. O que é a morte? Um sono eterno, um descanso, um inferno, ou um céu, ou ainda uma simples mudança? A máxima nos diz que a única certeza da vida é a morte, então porque temê-la se ela é tão natural quanto os fenômenos ocorrendo a cada instante em nossa querida Mãe Terra? E as causas de tantos acontecimentos, não fariam parte de um equilíbrio natural? Poderia a humanidade estar sofrendo os efeitos de uma lei de ação e reação? Pois se todas essas coisas decorrentes de nosso planeta estão ocorrendo deve ter uma explicação.

Desde o início de nossos tempos de humanidade o homem sempre teve grande influência religiosa durante a vida. Com o passar do tempo o homem evoluiu em todas as áreas do conhecimento, mas a espiritualidade sempre cresceu de forma distorcida. Em todas as épocas de nossa história temos exemplos disso. Com o grande número de diversos povos e culturas próprias, o modo de cultuar o Criador não poderia deixar de ser diferente entre os povos. Surgiram os conflitos, não apenas religiosos, mas culturais, políticos, entre outros. Atualmente podemos comparar nosso comportamento com todas as épocas da história e ainda enxergamos os mesmos problemas. Estamos mais de 2000 anos atrasados... Atrasados espiritualmente. Há dois mil anos o grande Mestre Jesus nos ensinou a maior de todas as leis: “Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis”, João 13:34. Apesar de todas as diferentes crenças religiosas as religiões apontam para o mesmo Deus, Alá, Jeová, Ahman, Brahma, Mawu, Olorun, Zambi, Guaraci, ou qualquer que seja o nome dado pelos homens e suas religiões. Nós estamos conectados com esse Ser, ou Consciência suprema, cósmica, universal. Faz sentido pensar assim, pois todas as diferentes religiões falam a mesma coisa com características próprias. Nenhuma religião é mais ou menos do que a outra. Todas são falhas, são criações dos homens, e não de Deus. Mas convergem para o mesmo ponto.

Estamos chegando próximos da transformação derradeira. É a reta final da caminhada material. É preciso deixar os vícios e as paixões para trás, agarrar a oportunidade de crescer. As dificuldades aparecem para isso, para aprender a lidar com aquela ocasião, nada mais. É preciso se alimentar de bons pensamentos, boas ações, da palavra de Deus deixada por caridosos amigos. A transformação começa de dentro e vai para fora, e é fora que se podem enxergar os resultados. A transformação é pessoal e íntima, e deve ser praticada. É uma tarefa árdua, não existe trabalho sem o suor, sem o desgaste. E por isso é preciso se abastecer das coisas boas. Isso é espiritualizar-se, é crescer, amadurecer... Evoluir.




Então não se deve deixar abater pelos acontecimentos globais, mas sim se preocupar. Não com o que pode ocorrer conosco, mas sim com o que nós estamos fazendo para crescer. Porque a morte não é o fim, e sim o reinício. O reinício da caminhada. Da caminhada espiritual. Não se pode esquecer que “a cada um será dado segundo suas obras”.

Medite, reflita, se conheça, alimente-se, sue exaustivamente, abasteça-se, cresça, e evolua. Faça de dentro pra fora, e não o contrário.








27 de junho de 2008

Tranquilidade

Comece o dia na luz da oração.
O amor de Deus nunca falha.

Aceite qualquer dificuldade sem discutir.
Hoje é o tempo de fazer o melhor.

Trabalhe com alegria.
O preguiçoso, ainda mesmo quando se mostre um pedestal de ouro maciço,
é um cadáver que pensa.

Faça o bem quanto possa.
Cada criatura transita entre as próprias criações.

Valorize os minutos.
Tudo volta, com exceção da hora perdida.

Aprenda a obedecer no culto das próprias obrigações.
Se você não acredita na disciplina, observe um carro sem freio.

Estime a simplicidade.
O luxo é um mausoléu dos que se avizinham da morte.

Perdoe sem condições.
Irritar-se é o melhor processo de perder.

Use a gentileza, mas, de modo especial, dentro da própria casa.
Experimente atender aos familiares como você trata as visitas.

Em favor de sua paz, conserve fidelidade a si mesmo.
Lembre-se de que, no dia do Calvário, a massa aplaudia a causa triunfante dos
crucificadores, mas o Cristo, solitário e vencido, era a causa de Deus.

André Luiz, 10 junho de 2008

Lobos internos

Um velho avô disse a seu neto, que veio a ele com raiva de um amigo que lhe havia feito uma injustiça: "deixe-me contar-lhe uma história. Eu mesmo, algumas vezes, senti grande ódio àqueles que "aprontaram" tanto, sem qualquer arrependimento daquilo que fizeram. Todavia, o ódio corrói você, mas não fere seu inimigo. É o mesmo que tomar veneno, desejando que seu inimigo morra. Lutei muitas vezes contra esses sentimentos".
E ele continuou: "é como se existissem dois lobos dentro de mim. Um deles é bom e não magoa. Ele vive em harmonia com todos ao redor dele e não se ofende quando não se teve intenção de ofender. Ele só lutará quando for certo fazer isto, e da maneira correta.
Mas, o outro, ah!, este é cheio de raiva. Mesmo as pequeninas coisas o lançam num ataque de ira! Ele briga com todos, o tempo todo, sem qualquer motivo. Ele não pode pensar porque sua raiva e seu ódio são muito grandes. É uma raiva inútil, pois sua raiva não irá mudar coisa alguma!
Algumas vezes é difícil de conviver com esses dois lobos dentro de mim, pois ambos tentam dominar meu espírito".
O garoto olhou intensamente nos olhos de seu avô e perguntou: "qual deles vence, vovô"? O avô sorriu e respondeu baixinho: "aquele que eu alimento mais freqüentemente".

Que bicho você é?

Estou colocando o link de um teste desses de internet, pra quem gosta, sobre bichos. É bem legal, aliás acho bom pra refletir sobre a resposta que ele nos dá, não no sentido de pensar se aquilo é verdade ou não, mas sim relacionando ou comparando com nosso dia-a-dia. Esta aí, quem quiser faça, vale a pena...

http://istoe.terra.com.br/planetadinamica/site/quizasp/animais/abre_animais.asp

O Poder da Alma


"Dar não nos empobrece no serviço de nosso Criador,
e reter tampouco nos enriquece...
A Alma tem recursos infinitos para abençoar a humanidade,
e a felicidade seria alcançada mais facilmente
e estaria mais segura em nosso poder,
se a buscássemos na Alma."

Mary Baker Eddy, "Ciência e Saúde, com a Chave das Escrituras".

25 de junho de 2008

Plante flores em seu jardim...


"Não adianta você tentar pegar borboletas... plante flores e espere que elas venham ao seu jardim!"

http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=5562185


Essa comunidade tem um tema muito legal. Me parece ter duplo sentido. Pra mim essa frase deve ter um contexto amplo, geral, aplicavél a todas coisas que acontecem conosco. Na própria comunidade a criadora até tenta colocar um termo geral, mas daí remete aos tão corriqueiros problemas amorosos. Vou dividir uma idéia muito interessante que aprendi esses tempos. Ouvi uma pessoa falar sobre felicidade. Muitos de nós, talvez a maioria, senão todos, procuramos a felicidade em outras pessoas, principalmente no companheiro(a), amante, etc. Mas a felicidade não está nos outros, e sim em nós. É necessário trazer de dentro de si mesmo a felicidade, naturalmente, vivendo uma vida sem exageros nem desregramentos. As coisas tendem a ficar mais fáceis e prazeirosas. Quando nos damos por conta estamos fazendo coisas que nunca imaginamos fazer... coisas boas!!! Por isso plante flores no seu jardim para atrair as borboletas, e não tente pegá-las. A felicidade também é contruida, por nós mesmos e não pelas borboletas da vida. Não busque a felicidade, SEJA FELIZ!!!

A ARTE DE CALAR

O silêncio é um momento em que a criatura se cala, mas o espírito fala.
Calar sobre sua própria pessoa, é humildade.
Calar sobre os defeitos dos outros, é caridade.
Calar quando a gente está sofrendo, é heroísmo.
Calar diante do sofrimento alheio, é covardia.
Calar diante da injustiça, é fraqueza.
Calar quando o outro está falando, é delicadeza.
Calar quando o outro espera um palavra, é omissão.
Calar e não falar palavras inúteis, é penitência.
Calar quando não há necessidade de falar, é prudência.
Calar quando deus nos fala no coração, é silêncio.
Calar, diante do mistério que não entendemos, é sabedoria.
Autor da mensagem: Desconhecido

Um presente para Jesus Cristo

Acordei nesse quinto dia de Dezembro com vontade de comprar um presente para Jesus, afinal, não existe maior amigo que o Mestre dos Mestres, e no dia 25 o aniversário é Dele.
Sai cedo de casa e fui ao maior shopping-center da cidade, pensei primeiramente numa camisa branca, mas quando vi que o branco mais branco da Terra ainda era cinza perto da sua pureza, fiquei com vergonha e desisti.
Em outra vitrine vi um sapato de couro, lindo e caríssimo, mas quando lembrei dos seus pés calçados pelas sandálias da missão cumprida, achei que não existiria na Terra algo tão confortável que merecesse seus pés.
Uma caneta, foi isso que a próxima vitrine me apresentou, uma linda caneta de marca famosa, seria um lindo presente, mas lembrei-me que Ele nunca escreveu nada, tudo que Ele falou, mostrou na prática, servindo e amando sempre.
Lembrei-me, que um dia Ele falou que não tinha sequer um travesseiro para recostar sua cabeça, e pensei no melhor travesseiro de plumas de uma loja especializada em sono, era importado e muito confortável, mas lembrei-me que os justos dormiam tranqüilos e que Ele jamais usaria o travesseiro.
E, assim fui olhando as vitrines, abotoaduras de ouro, malas de viagem, bebidas finas, comidas importadas, tudo supérfluo, tudo matéria que o tempo iria corroer. Confesso que sai um pouco chateado do Shopping, afinal eu saíra para comprar um presente para Você Jesus, e não havia achado nada.
Na porta do Shopping um menino muito miudinho sorriu para mim, perguntou meu nome e eu o dele, ele riu e me estendeu a mão, tinha o rosto muito sujo, as mãos encardidas, perguntei pela sua mãe, ele deu de ombros, sobre o pai, nem sabia onde estava... perguntei se ele queria tomar um lanche, ele sorriu um sim, pegou na minha mão.
Na porta do Shopping olhou para suas roupas e olhou para mim, sabia que não estava corretamente vestido, peguei-o no meu colo, era a senha para ser feliz, seus olhinhos miúdos percorriam aquelas luzes, enfeites e pessoas bonitas como se fosse um filme de Walt Disney...
Na lanchonete sentou na cadeirinha giratória e sorriu como "reizinho", e entre uma montanha de batatas fritas, ríamos felizes como dois velhos amigos.
Falamos sobre bolinha de gude, pipas e bola de futebol, coisas importantes para o ser humano, principalmente quando somos crianças. Devoramos dois lanches, e quando perguntei se ele queria um sorvete gigante como sobremesa, seus olhos brilharam feito o sol, pedi um instante, fui até o caixa, quando voltei com os sorvetes na mão ele já não estava ali... Por instantes pensei que ele tinha ido ao banheiro, ou estaria olhando a lanchonete, mas não estava ali mesmo.
Foi quando, sobre a caixa de batatas vazias, vi um papelzinho, um bilhetinho escrito com letra miúda que dizia assim:
"Obrigado pelo melhor presente de aniversário que poderia me dar: Fizeste feliz um dos pequeninos do mundo! "
assinado,
Jesus

Ante as Portas Livres - Emmanuel

Ante as portas livres de acesso ao trabalho cristão e ao conhecimento salutar que André Luiz vai desvelando, recordamos prazerosamente a antiga lenda egípcia do peixinho vermelho.
No Centro de formoso jardim, havia grande lago, adornado de ladrilhos azul-turquesa.
Alimentado por diminuto canal de pedras, escoava suas águas, do outro lado, através de grade muito estreita.
Nesse reduto acolhedor, vivia toda uma comunidade de peixes, a se refestelarem, nédios e satisfeitos, em complicadas locas, frescas e sombrias. Elegeram um dos concidadãos de barbatanas para os encargos de rei, e ali viviam, plenamente despreocupados, entre a gula e a preguiça.
Junto deles, porém, havia um peixinho vermelho, menosprezado de todos.
Não conseguia pescar a mais leve larva, nem se refugiar nos nichos barrentos.
Os outros, vorazes e gordões, arrebatavam para si todas as formas larvárias e ocupavam, displicentes, todos os lugares consagrados ao descanso.
O peixinho vermelho que nadasse e sofresse.
Por isso mesmo era visto, em correria constante, perseguido pela canícula ou atormentado pela fome.
Não encontrando pouso no vastíssimo domicílio , o pobrezinho não dispunha da tempo para muito lazer e começou a estudar com bastante interesse.
Fez o inventário de todos os ladrilhos que enfeitavam as bordas do poço, arrolou todos os buracos nele existente e sabia, com precisão, onde se reuniria maior massa de lama por ocasião de aguaceiros.
Depois de muito tempo, à custa de longas perquirições, encontrou a grade do escoadouro.
À frente da imprevista oportunidade de aventura benéfica, refletiu consigo:- “Não seria melhor pesquisar a vida e conhecer outros rumos?”
Optou pala mudança.
Apesar de macérrimo pela abstenção completa de qualquer conforto, perdeu vários escamas, com grande sofrimento, a fim de atravessar a passagem estreitíssima.
Pronunciando votos renovadores, avançou, otimista, pelo rego d’água encantado com as novas paisagens, ricas de flores e sol que o defrontavam, e seguiu embriagado de esperança...
Em breve, alcançou grande rio e fez inúmeros conhecimentos. Encontroou peixes de muitas famílias diferentes que com ele simpatizaram, instruindo-o quanto aos percalços da marcha e descortinando-lhe mais fácil roteiro.
Embevecido, contemplou nas margens homens e animais, embarcações e ponte, palácios e veículos, cabanas e arvoredo.
Habituado com o pouco, vivia com extrema simplicidade, jamais perdendo a leveza e a agilidade naturais.
Conseguiu, desse modo, atingir i oceano, ébrio de novidade e sedento de estudo.
De início, porém, fascinado pela paixão de observar, aproximou-se de uma baleia para quem toda a água do lago em que vivera não seria mais que diminuta ração; impressionado com o espetáculo, abeirou-se dela mais que devia e foi tragado com os elementos que lhe constituíam a primeira refeição diária.
Em apuros o peixinho orou ao Deus dos peixes rogando proteção no bojo do monstro e, no obstante as trevas em que pedia salvamento, sua prece foi ouvida, porque o valente cetáceo começou a soluçar e vomitou, restituindo-o às correntes marítimas.
O pequeno viajante, agradecido e feliz, procurou companhias simpáticas e aprendeu a evitar os perigos e tentações.
Plenamente transformado em suas concepções do mundo, passou a reparar as infinitas riquezas da vida. Encontrou plantas luminosas, animais estranhos, estrelas móveis.e flores diferentes no seio das águas. Sobretudo, descobriu a existência de muitos peixinhos, estudiosos e delgados tanto como ele, junto dos quais se sentia maravilhosamente feliz.
Vivia agora, sorridente e calmo, no Palácio de Coral que elegera, com centenas de amigos, para residência ditosa, quando ao se referir ao seu começo laborioso, veio a saber que somente no mar as criaturas aquáticas dispunham de mais sólida garantia, de vez que, quando o estio se fizesse mais arrasador, as águas de outra altitude continuariam a correr para o oceano.
O peixinho pensou, pensou... e sentindo imensa compaixão daqueles com quem convivera na infância, deliberou consagrar-se à obra do progresso e salvação deles.
Não seria justo regressar e anunciar-lhes a verdade? não seria nobre ampará-los, prestando-lhes a tempo valiosas informações?
Não hesitou.
Fortalecido pela generosidade de irmãos benfeitores que com ele viviam no Palácio de Coral, empreendeu comprida viagem de volta.
Tornou ao rio, do rio aos regatos e dos regatos se encaminhou para os canaizinhos que o conduziram ao primitivo Lar.
Esbelto e satisfeito como sempre, pela vida de estudo e serviço a que se devotara, varou a grade e procurou ansiosamente, os velhos companheiros.
Estimulado pela proeza de amor que efetuava, supôs que seu regresso causasse surpresa e entusiasmo gerais. Certo a coletividade inteira lhe celebraria o feito, mas depressa verificou que ninguém se mexia.
Todos os peixes continuavam pesados e ocioso, repimpados nos mesmos ninhos lodacentos, protegidos por flores de lótus, de onde saiam apenas para disputar moscas, larvas, ou minhocas desprezíveis.
Gritou que voltara a casa, mas não houve quem lhe prestasse atenção, porquanto ninguém, ali havia dado pela ausência dele.
Ridicularizado, procurou então, o rei de guelras enormes e comunicou-lhe a reveladora aventura.
O soberano, algo entorpecido pela mania de grandeza, reuniu o povo e permitiu que o mensageiro se explicasse.
O benfeitor desprezado, valendo-se do ensejo, esclareceu com ênfase, que havia outro mundo liquido, glorioso e sem fim. Aquele poço era uma insignificância que podia desaparecer, de momento para outro. Além do escoadouro próximo, desdobrava-se outra vida e outra experiência. Lá fora, corriam regatos ornados de flores, rios caudalosos repletos de seres diferentes e, por fim, o mar, onde a vida aparece cada vez mais rica e cada vez mais surpreendente. Descreveu o serviço de tainhas e salmões, de trutas e esqualos. Deu noticias do peixe-lua, do peixe-coelho e do galo do mar. Contou que vira o céu repleto de astros sublimes, e que descobrira árvores gigantescas, barcos imensos, cidades praieiras, monstros temíveis, jardins submersos, estrelas do oceano e ofereceu-se para conduzi-los ao Palácio de Coral, onde viveriam todos, prósperos e tranqüilos. Finalmente os informo de que semelhante felicidade, porem, tinha igualmente o seu preço. Deveriam todos emagrecer, convenientemente, abstendo-se de devorar tanta larva e tanto verme nas locas escuras e aprendendo e trabalhar e estudar tanto quanto era necessário à venturosa jornada.
Assim que terminou, gargalhadas estridentes coroaram-lhe a preleção.
Ninguém acreditou nele.
Alguns oradores tomaram a palavra, e afirmaram solenes, que o peixinho vermelho delirava, que outra vida alem do posso era francamente impossível. Que aquela história de riachos, rios e oceanos, era mera fantasia de cérebro demente e alguns chegaram a declarar que falavam em nome do Deus dos peixes, que trazia os olhos voltados para eles ùnicamente.
O soberano da comunidade, para melhor ironizar o peixinho, dirigiu-se com ele até à grade de escoamento e, tentando, de longe, a travessia, exclamou, borbulhante:- “ Não vês que não cabe aqui nem uma só de minhas barbatanas? Grande tolo! Vai-te daqui! Não nos perturbe o bem estar... Nosso lago, é o centro do universo... Ninguém possui vida igual a nossa!...”
Expulso a golpes de sarcasmo, o peixinho realizou a viagem de retorno e instalou-se , em definitivo, no Palácio de Coral, aguardando o tempo.
Depois de alguns anos, veio pavorosa e devastadora seca.
As águas desceram de nível. E o poço onde viviam os peixes pachorrentos e vaidosos esvaziou-se, compelindo a comunidade inteira a perecer, atolada na lama...
O esforço de André Luiz, buscando acender luz nas trevas, é semelhante á missão do peixinho vermelho.
Encantado com as descobertas do caminho infinito, realizadas depois de muitos conflitos no sofrimento, volve aos recôncavos da Crosta Terrestre, anunciando aos antigos companheiros, que além dos cubículos em que se movimentam, resplandece outra vida, mais intensa e mais bela, exigindo porem, mais acurado aprimoramento individua para a travessia da estreita passagem de acesso às claridades da sublimação.
Fala, informa, prepara, esclarece...
Há, contudo, muitos peixes humanos que sorriem e passam, entre a mordacidade e a indiferença, procurando locas passageiras ou pleiteando larvas temporárias. Esperam um paraíso gratuito com milagrosos deslumbramentos depois da morte do corpo.
Mas sem André Luiz e sem nós, humildes servidores de boa vontade, para todos os caminheiros da vida humana pronunciou o Pastor Divino, as indeléveis palavras:- “ A CADA UM SERÁ DADO DE ACORDO COM AS SUAS OBRAS.”

EMMANUEL

Pedro Leopoldo, 22 de Fevereiro de 1949.

BIBLIOGRAFIA
André Luiz – Espírito.
Chico Xavier – Médium.
Livro: Libertação.
“Pagina 7: Ante as Portas Livres”.

Ante as Portas Livres

Bom, nada mais justo do que explicar o nome do blog. Todo nome é dado para homenagear alguém ou alguma coisa. No caso do blog Ante as Portas Livres, não poderia de ser uma homenagem. Além de ser uma expressão muito profunda, com um significado especial para mim, talvez até mesmo por causa da origem do nome, é um texto muito bonito, prefácio de um livro que também tem um tanto de especial... mas chega de enrolar. Ante as Portas Livres é o prefácio do livro Libertação - do autor espiritual André Luiz, através das mãos do muito querido Chico Xavier - escrito por Emmanuel. Vou postar o texto outra hora porque já estou atrasado para o trabalho ... abraços à todos!

24 de junho de 2008

Um começo

Estou criando esse blog para dividir leituras, pensamentos, filosofias, informações, etc, que eu e meu amor, a Amanda, lemos e discutimos a respeito. Espero estar contribuindo para o crescimento interior de todos que aqui passarem. Obrigado pela visita e voltem sempre...