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26 de maio de 2009

FAMÍLIA

A família consangüínea, entre os homens, pode ser apreciada como o centro essencial de nossos reflexos. Reflexos agradáveis ou desagradáveis que o pretérito nos devolve.

Certo, não incluímos aqui os Espíritos pioneiros da evolução que, trazidos ao ambiente comum, superam-no, de imediato, criando o clima mental que lhes é peculiar, atendendo à renovação de que se fazem intérpretes.

Comentamos a nossa posição no campo vulgar da luta.

Cada criatura está provisoriamente ajustada ao raio de ação que é capaz de desenvolver ou, mais claramente, cada um de nós apenas, pouco a pouco, ultrapassará o horizonte a que já estenda os reflexos que lhe digam respeito.

O homem primitivo não se afasta, de improviso, da própria taba, mas aí renasce múltiplas vezes, e o homem relativamente civilizado demora-se longo tempo no plano racial em que assimila as experiências de que carece, até que a soma de suas aquisições o recomende a diferentes realizações.

É assim que na esfera do grupo consangüíneo o Espírito reencarnado segue ao encontro dos laços que entreteceu para si próprio, na linha mental em que se lhe caracterizam as tendências.

A chamada hereditariedade psicológica é, por isso, de algum modo, a natural aglutinação dos espíritos que se afinam nas mesmas atividades e inclinações.

Um grande artista ou um herói preeminente podem nascer em esfera estranha aos sentimentos nos quais se avultam. É a manifestação do gênio pacientemente elaborado no bojo dos milênios, impondo os reflexos da sua individualidade em gigantesco trabalho criativo.

Todavia, na senda habitual, o templo doméstico recine aqueles que se retratam uns nos outros.

Uma família de músicos terá mais facilidade para recolher companheiros da arte divina em sua descendência, porque, muita vez, os Espíritos que assumem a posição de filhos na reencarnação, junto deles, são os mesmos amigos que lhes incentivavam a formação musical, desde o reino do Espírito, refletindo-se reciprocamente na continuidade da ação em que se empenham através de séculos numerosos.

É ainda assim que escultores e poetas, políticos e médicos, comerciantes e agricultores quase sempre se dão as mãos, no culto dos melhores valores afetivos, continuando-se, mutuamente, nos genes familiares, preservando para si mesmos, mediante o trabalho em comum e segundo a lei do renascimento, o patrimônio evolutivo em que se exprimem no espaço e no tempo. Também é ar, de conformidade com o mesmo principio de sintonia, que vemos dipsõmanos e cleptomaníacos, tanto quanto delinqüentes e enfermos de ordem moral, nascendo daqueles que lhes comungam espiritualmente as deficiências e as provas, porqüanto muitas inteligências transviadas se ajustam ao campo genético daqueles que lhes atraem a companhia, por força dos sentimentos menos dignos ou das ações deploráveis com que se oneram perante a Lei.

A tara familiar, por esse motivo, é a resultante da conjunção de débitos, situando-nos no plano genético enfermiço que merecemos, à face dos nossos compromissos com o mundo e com a vida. Dessa forma, somos impelidos a padecer o retorno dos nossos reflexos tóxicos através de pessoas de nossa parentela, que no-los devolvem por aflitivos processos de sofrimento.

Temos assim, no grupo doméstico, os laços de elevação e alegria que já consegui¬mos tecer, por intermédio do amor louvavelmente vivido, mas também as algemas de constrangimento e aversão, nas quais recolhemos, de volta, os clichês inquietantes que nós mesmos plasmamos na memória do destino e que necessitamos desfazer, à custa de trabalho e sacrifício, paciência e humildade, recursos novos com que faremos nova produção de reflexos espirituais, suscetíveis de anular os efeitos de nossa conduta anterior, conturbada e infeliz.


Pensamento e Vida
Francisco Cândido Xavier & Emmanuel

22 de maio de 2009

EDUCAÇÃO


Disse-nos o Cristo: “brilhe vossa luz ...“ (1)

E ele mesmo, o Mestre Divino, é a nossa divina luz na evolução planetária.

Admitia-se antigamente que a recomendação do Senhor fosse mero aviso de essência mística, conclamando profitentes do Culto externo da escola religiosa a suposto relevo individual, depois da morte, na imaginária corte celeste.

Hoje, no entanto, reconhecemos que a lição de Jesus deve ser aplicada em todas as condições, todos os dias.

A própria ciência terrena atual reconhece a presença da luz em toda parte.

O corpo humano, devidamente estudado, revelou-se, não mais como matéria coesa, senão espécie de veículo energético, estruturado em partículas infinitesimais que se atraem e se repelem, reciprocamente, com o efeito de microscópicas explosões de luz.

A Química, a Física e a Astronomia demonstram que o homem terrestre mora num reino entrecortado de raios.

Na intimidade desse glorioso império da energia, temos os raios mentais condicionando os elementos em que a vida se expressa.

O pensamento é força criativa, a exteriorizar-se, da criatura que o gera, por intermédio de ondas sutis, em circuitos de ação e reação no tempo, sendo tão mensurável como o fotônio que, arrojado pelo fulcro luminescente que o produz, percorre o espaço com Velocidade determinada, sustentando o hausto fulgurante da Criação.

A mente humana é um espelho de luz, emitindo raios e assimilando-os, repetimos.

Esse espelho, entretanto, jaz mais ou menos prisioneiro nas sombras espessas da ignorância, à maneira de pedra valiosa incrustada no cascalho da furna ou nas anfractuosidades do precipício. Para que retrate a irradiação celeste e lance de si mesmo o próprio brilho, é indispensável se desentrance das trevas, à custa do esmeril do trabalho.

Reparamos, assim, a necessidade imprescritível da educação para todos os seres.

Lembremo-nos de que o Eterno Benfeitor, em sua lição verbal, fixou na forma imperativa a advertência a que nos referimos:

“Brilhe vossa luz.”

Isso quer dizer que o potencial de luz do nosso espírito deve fulgir em sua grandeza plena.

E semelhante feito somente poderá ser atingido pela educação que nos propicie o justo burilamento.

Mas a educação, com o cultivo da inteligência e com o aperfeiçoamento do campo íntimo, em exaltação de conhecimento e bondade, saber e virtude, não será conseguida tão-só à força de instrução, que se imponha de fora para dentro, mas sim com a consciente adesão da vontade que, em se consagrando ao bem por si própria, sem constrangimento de qualquer natureza, pode libertar e polir o coração, nele plasmando a face cristalina da alma, capaz de refletir a Vida Gloriosa e transformar, conseqüentemente, o cérebro em preciosa usina de energia superior, projetando reflexos de beleza e sublimação.


(1) Mateus, 5:16 — Nota do autor espiritual.


Pensamento e Vida
Francisco Cândido Xavier & Emmanuel

19 de maio de 2009

O Preço da Luz


Não recebemos qualquer aquisição sem preço correspondente.

Fatos comezinhos da existência material esclarecem-nos vivamente nesse sentido.

Por que motivo aguardaríamos vantagens da compreensão sem o trabalho preciso?

Não se dependura a virtude no santuário da consciência, como objeto de adorno em tabiques exteriores.

Faz-se preciso renovar a mente e purificar o coração.

Não adquiriremos patrimônios da imortalidade, guardando acervos de pensamentos da vida inferior.

Não renovaremos em Cristo, perseverando nas armadilhas de sombra da esfera transitória.

Para elevar a própria vida, é necessário gastar muitas emoções, aparar inúmeras arestas da personalidade, reajustar conceitos e combater sistematicamente a ilusão.


Livro: Brilhe vossa Luz
Emmanuel & Francisco Cândido Xavier

8 de maio de 2009

Irmãos Difíceis


Problema a considerar, os irmãos difíceis.

Em muitas ocasiões, no limiar da iniciação espírita, renteamos com eles, como que a experimentar-nos a fé renovadora. Patenteiam-se por indiscutíveis remanescentes de nossas existências do pretérito, figurando-se meirinhos da Justiça Eterna, a pedir-nos contas de atos mínimos.

Seria justificável frustrar impulsos edificantes ou secar a fonte do trabalho espiritual que se nos indica à regeneração e ao progresso, tão somente porque não se nos fazem agradáveis, de imediato, ao modo de ser? Recomendável desertar da lição porque se revele intrincada e obscura? Não te dês à fuga, quando esse desafio reponte da estrada.

Recorda os irmãos difíceis em tuas preces diárias, figura-lhes mentalmente a imagem, qual se estivessem diante de ti e roga ao Senhor os envolva em Sua Bênção.

Dirige-lhes a tua silenciosa mensagem de simpatia e, sempre que surja o ensejo devido, auxilia-os em tudo aquilo que lhes possa ser útil.

Em geral, somos também menos simpáticos para todos aqueles que situamos nessa posição.

Só há quem nos contrarie, instintivamente, contraíramos também a muitos companheiros, às vezes, sem perceber.

Se aqueles que ainda não se afinam conosco denotam erros aos nossos olhos, os erros que carregamos se destacam aos olhos deles.

Amor e paciência, tolerância e amparo fraterno são os recursos adequados para os embaraços desse jaez.

Se algum irmão difícil se te constitui provação no caminho, esteja onde estiver, põe especial atenção no serviço que lhe possas prestar. Extingue o foco da antipatia com o anti-séptico da oração e do entendimento, da paz e da colaboração desinteressada.

Aversões que surgem são crueldades mentais do passado que reaparecem. Toda crueldade mental é doença do espírito e toda doença pede cura.


Livro: No Portal da Luz
Emmanuel & Francisco Cândido Xavier

4 de maio de 2009

As Forças do Amanhã



Ninguém vive só.

Nossa alma é sempre núcleo de influência para os demais.

Nossos atos possuem linguagem positiva.

Nossas palavras influenciam à distância.

Achamo-nos magneticamente associados uns aos outros.

Ações e reações caracterizam-nos a marcha.

Assim, é necessário saber que espécie de forças projetamos naqueles que nos cercam.

Nossa conduta é um livro aberto que denuncia nossa condição interior.

Muitos de nossos gestos insignificantes alcançam o próximo, gerando inesperadas resoluções.

Quantas frases, aparentemente inexpressivas, que saem da nossa boca e estabelecem grandes acontecimentos.

A cada dia emitimos sugestões para o bem ou para o mal.

Dirigentes arrastam dirigidos.

Administrados inspiram administradores.

Qual caminho nossa atitude está indicando?

Um pouco de fermento leveda toda a massa.

Não dispomos de recursos para analisar a extensão de nossa influência, mas podemos examinar-lhe a qualidade essencial.

CUidado, pois, com o alimento invisível que você fornece às vidas que o rodeiam.

Em momentos de indignação, uma palavra mal colocada pode ser o estopim para induzir o próximo ao cometimento de desatinos de conseqüências irreversíveis.

Um comentário maldoso talvez se multiplique ao infinito, causando na vida alheia dores e humilhações intensas.

O pai que não cumpre os compromissos assumidos com os filhos pode suscitar nestes a idéia de que não é importante manter a palavra dada.

Esse exemplo negativo pode multiplicar-se por gerações.

O chefe que não assume a responsabilidade pela orientação que dá aos subordinados instala a desconfiança em sua equipe.

Em momentos de crise, a ausência de coesão no ambiente de trabalho pode levar uma empresa à falência em prejuízo de toda a coletividade.

Por outro lado, comentar as virtudes de alguém que cometeu um pequeno deslize talvez faça cessar a maledicência.

Em momentos de distúrbio, quem consegue manter o equilíbrio e a paz, exteriorizando isso mediante atos e palavras, faz murchar a insânia dos demais.

Não raro tal conduta provoca um generalizado constrangimento, pela imediata e coletiva percepção do equívoco em que se incidia.

Não há nada como a grandeza alheia para fazer o homem perceber sua própria pequenez.

Defender corajosamente os mais fracos quiçá tenha o condão de motivar outras pessoas a também protegerem os desvalidos.

Manter-se honesto e íntegro, mesmo em face das maiores tentações, talvez seduza outros para a causa do bem.

A visão da generosidade em franca atividade é um grande consolo, em um mundo onde o egoísmo grassa.

Por se afigurar admirável a prática de virtudes, há tendência de alguém genuinamente virtuoso ser admirado e imitado.

Nosso destino se desdobra em correntes de fluxo e refluxo.

As forças que exteriorizamos hoje, potencializadas pelos atos que inspiramos, voltarão a nossa vida amanhã.

Desse modo, nunca é demais prestar atenção no testemunho que damos.

Será nossa presença um fator de equilíbrio no mundo? Por força da lei de causa e efeito, que opera no universo, recebemos o que damos.

Se desejamos paz, compreensão e conforto, devemos oferecê-los ao próximo, por meio de nossos sentimentos, atos e palavras.


Livro: Segue-me
Emmanuel & Francisco Cândido Xavier

17 de abril de 2009

Diante da Terra


Teríamos sido, porventura, situados na gleba do mundo para fugir de colaborar no progresso do mundo, quando o mundo nos provê com todas as possibilidades necessárias ao progresso de nós mesmos?

Muitos companheiros se marginalizam em descanso indébito, junto à seara, alegando que não suportam os chamados problemas intermináveis do mundo; desejariam a estabilidade e a harmonia por fora, a fim de se mostrarem satisfeitos na Terra, quando a harmonia e a estabilidade devem morar por dentro de nós, de modo a que nossos encargos, à frente do próximo, se façam corretamente cumpridos.

O mundo, em todo tempo, é uma casa em reforma, com a lei da mudança a lhe presidir todos os movimentos, através de metamorfoses e dificuldades educativas.

O progresso é um caminho que avança. Daí, o imperativo de contarmos com oposições e obstáculos toda vez que nos engajamos na edificação da felicidade geral.

Omissão, no entanto, é parada significando recuo.

Entendamo-nos na posição de obreiros, sob a pressão de crises renovadoras.

Todos faceamos permanentemente renovação, a cada passo da vida.

Nem tudo o que tínhamos ontem por certo, nos quadros exteriores da experiência, continua como sendo certo nas horas de hoje.

Os ideais e os objetivos prosseguem os mesmos, a nos definirem aspiração e trabalho, entretanto, modificaram-se instrumentos e condições, estruturas e circunstâncias.

A Terra, porém, nos pede cooperação no levantamento do bem de todos e a ordem não é deserção e, sim, adaptação.

Em suma, estamos chamados à vivência no mundo, a fim de compreender e melhorar a vida em nós e em torno de nós, servindo ao mundo, sem deixarmos de ser nós mesmos e buscando a frente, mas sem perder o passo de nossos contemporâneos, para que não venhamos a correr o risco de seguir para a frente demais.


Livro: Mais Perto
Emmanuel & Francisco Cândido Xavier

15 de abril de 2009

Todos podemos ajudar


A caridade não é trabalho exclusivo daquele que se encontra temporariamente detido na abastança material.
É, sobretudo, amor, auxílio, doação de si mesmo.
Todos podemos ajudar.

* * *

Se és rico de saúde, não te esqueças da palavra de estímulo ao doente.
Se a cultura intelectual te felicita o raciocínio, não olvides o irmão que reclama o teu concurso para melhorar-se.
Se possuis a fé, ajuda ao descrente, dando-lhe o testemunho de tua renovação espiritual.
Recebeste o dom da alegria, não te esqueças do triste e ampara-o, a fim de que se reerga no caminho da esperança.
Cada qual pode ser rico na posição em que se encontra.
Se o homem de grande expressão financeira pode ser o rico de ouro terrestre, o homem pobre de recursos materiais pode ser rico de talentos do espírito.
O doente pode ser rico de paciência e coragem, tanto quanto a pessoa de excelente saúde pode ser rica de bondade e cooperação.
O homem maduro pode ser rico de tolerância e carinho. O moço pode ser rico de disciplina e boa vontade.

* * *

A penúria só existe onde a preguiça e a ignorância dominam.
Procura a tua fortuna e espalha-lhe as bênçãos.
A vida te compensará, infinitamente, cada gesto de amor que fixares na alma dos semelhantes, auxiliando-os de algum modo.
Deus é o Nosso Pai de Ilimitada Misericórdia, mas também de Infinita Riqueza.
Na condição de seus filhos, distribuamos os recursos que a vida nos empresta, em Seu Nome, convencidos de que o Céu nos retribuirá sempre, de conformidade com as nossas próprias obras.



Livro: Mãos Marcadas
Emmanuel & Francisco Cândido Xavier