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25 de junho de 2009

Crack leva irmão a matar irmão

Para salvar a mãe da morte, jovem de 28 anos assassinou o familiar a pancadas



De todas as noites em que passou em claro, a industriária aposentada Brandina de Oliveira dos Santos, 58 anos, tinha a certeza de que em uma delas uma notícia trágica chegaria da rua: pressentia que o filho não conseguiria sair do pesadelo do crack, que envolveu toda a família. Ela só não sabia que tudo aconteceria diante de seus olhos, dentro de sua própria casa, no pequeno município de Nova Hartz, no Vale do Sinos.

Quando reunia documentos para tentar a 16ª internação do filho Luiz de Oliveira Batista, 35 anos, viciado em crack havia três anos, viu o filho mais novo matá-lo com uma barra de ferro para defendê-la das agressões. Sob o efeito da droga, Luiz exigia da mãe dinheiro para comprar mais pedras e a ameaçava com uma faca, quando Mateus, 28 anos, se adiantou para defendê-la.

– Se o Mateus não tivesse feito isso, tenho certeza de que o Luiz teria matado a todos nós. Tudo isso porque eu não tinha o dinheiro que ele queria – lamentava a mãe.

Eram 22h de terça-feira, e a família se recolhia para dormir após a oração. Evangélica, dona Brandina já não esperava mais o filho naquela noite quando ouviu o estrondo na porta. Era Luiz com uma barra de ferro nas mãos. Ele queria dinheiro.

Com a negativa da mãe para os R$ 10 que virariam duas pedras de crack, o rapaz partiu para cima da aposentada com a faca de cozinha que encontrou em cima da mesa. Deu tempo de jogar uma bacia de pipocas que havia ficado na mesa no rosto da mãe e derrubar a mesa e as cadeiras da cozinha. Quando ameaçou investir novamente contra a aposentada, o irmão mais novo, que dormia no quarto, apareceu. Recolheu a barra de ferro do irmão e deu um golpe certeiro na cabeça de Luiz. Mateus continuou a bater no rapaz, já deitado no chão.

– Ele dizia que, se não terminasse com aquilo naquela hora, o irmão nos mataria. E ele faria isso mesmo, pois já tinha prometido. O Luiz me socava, me empurrava, já bateu com uma barra na minha cabeça. Achei que alguém pudesse fazer isso com ele na rua, mas nunca dentro de casa, olha o que o crack fez com a minha família – lamentava Brandina.

Eduino Planer, 57 anos, companheiro de Brandina há quatro anos, chorava e orava no quarto ao lado. O casal perdeu as contas das vezes em que teve de pedir guarida a vizinhos por medo de voltar para casa.

Este mês, porém, ela pretendia abandonar a casa e deixar o filho. Decidiu que não tinha mais condições de conviver com as influências do crack sobre o rapaz. Data do dia 2 a última ocorrência registrada pela mãe na Delegacia da Polícia Civil, relatando as agressões do filho, pouco depois de ele furtar uma bicicleta da vizinha e trocá-la pelas pedras.

– Nem rancho do supermercado a gente podia ter em casa, qualquer saco de comida fechado ele levava e trocava pela droga. Só tinha em casa o que ia para a panela. Ele levou nossos celulares, os CDs de música evangélica e até o enxoval da irmã – diz Planer.

Luiz trocou mulher e filho pelas correntes do crack

O vício fez Luiz viver para a droga. Abandonou o trabalho, o casamento e o filho de oito anos. Do lado de fora da casa recém-construída, a mãe mandou fazer um quarto para o filho que já não tinha mais horário para nada. Ao lado da cama com lençol bem estendido, dois cachimbos improvisados ficaram à mostra. Ambientada à rotina do filho com a droga, Brandina sabia como Luiz manuseava o cachimbo.

– Enquanto ele se trancava aqui, eu espiava pelas frestas, preocupada. Não tinha mais o que fazer. Ninguém sabe como é difícil ver um filho morrendo pelas mãos de outro. Mas eu tenho de ser forte pelo meu filho que fez isso para me defender – se desespera.

Mateus fugiu do local do crime, mas a família promete apresentá-lo à polícia ainda nesta semana.


Letícia Barbieri, Nova Hartz | leticia.barbieri@zerohora.com.br
Crack Nem Pensar

13 de maio de 2009

Equívocos na política de saúde mental, por Fernando Lejderman*


Desde 1996, a Organização Mundial da Saúde reconhece que quatro doenças mentais depressão, abuso de álcool, transtorno bipolar e esquizofrenia estão na lista das 10 doenças mais onerosas em pessoas com idade entre 15 e 44 anos. Levando-se em consideração que os danos autoprovocados, como suicídio e tentativas de suicídio, são consequências de doenças mentais e que na maioria das vezes estamos frente a problemas crônicos, estima-se que cinco das 10 principais causas de incapacidade são atribuídas aos transtornos psiquiátricos. Assim, como diz a psiquiatra americana Nancy Andreasen, a mensagem para o século 21 é clara: a comunidade médica e a sociedade em geral não podem se dar ao luxo de ignorar as doenças mentais.

Nas últimas décadas, o atendimento aos doentes mentais no mundo inteiro deslocou sua atenção dos grandes hospitais psiquiátricos para o tratamento em redes ambulatoriais especializadas, centros de atenção primária em medicina e serviços comunitários. Um dos principais problemas nessa mudança do paradigma é não contar com uma rede ambulatorial suficientemente capacitada para prover o atendimento daquelas pessoas afetadas por transtornos mentais.

A realidade da assistência psiquiátrica brasileira, que desde o início dos anos 90 tem sido alvo da famosa “reforma psiquiátrica”, segue a política do Ministério da Saúde de fechar leitos psiquiátricos sistematicamente. Nos últimos 20 anos, foram fechados 80 mil leitos sem a necessária ampliação do atendimento ambulatorial realizado nos CAPS (Centros de Atenção Psicossocial). O próprio Ministério da Saúde reconhece, segundo dados oficiais de dezembro de 2008, que possuímos hoje cerca de 1.326 CAPS, número que consegue atender a apenas aproximadamente 55% da população brasileira. A alternativa de novos leitos psiquiátricos nos hospitais gerais encontrou as mais diversas resistências e não se concretizou conforme a expectativa inicial. Foram abertas somente 2,6 mil vagas psiquiátricas em hospitais gerais no Brasil neste mesmo período.

O panorama atual da assistência em saúde mental no Brasil revela uma situação preocupante e caótica. Os doentes mentais são encontrados nas ruas, como mendigos, em presídios, como criminosos, implorando um lugar nas poucas emergências psiquiátricas superlotadas. A epidemia do crack já é uma realidade: estima-se que atinja 55 mil pessoas somente no Estado do Rio Grande do Sul. Esses fatos vêm recebendo atenção de diversos setores da sociedade e estão sendo denunciados na imprensa, como, por exemplo, o depoimento do poeta e escritor Ferreira Gullar, a declaração do deputado federal Germano Bonow e o posicionamento de instituições como a Associação Brasileira de Psiquiatria e Sindicato Médico do Rio Grande do Sul.

Nesse contexto de negação da importância das doenças mentais, é fundamental reconhecer e, sobretudo, apoiar a iniciativa da Associação Brasileira de Psiquiatria, que, por meio de seu presidente, João Alberto Carvalho, protocolou, durante o mês de abril, no Ministério Público Federal, uma representação que alerta para o não cumprimento, por parte da Coordenadoria de Saúde Mental do Ministério da Saúde, da Lei Federal 10.216/2001, da Portaria nº 1.101/2002 (que estabelece o índice de 0,45 leito por cada mil habitantes para atender a demanda de internação psiquiátrica no Brasil) e da Portaria nº 1.899/2008 (que criou o Grupo de Trabalho sobre Saúde Mental nos Hospitais Gerais).


ARTIGOS
13 de maio de 2009 | N° 15968
Zero Hora
*Presidente da Associação de Psiquiatria do Rio Grande do Sul

6 de maio de 2009

O sadismo dos pitbulleiros

Leio que um pitbull estraçalhou, em nosso meio, um idoso, mandando-o diretamente para o CTI de um hospital.

Dois dias antes, parece-me que em Canoas, um pitbull avançou sobre uma criança e abocanhou-lhe por inteiro a cabeça.

A torquês das mandíbulas da fera foi apertando a cabecinha da criança e esmigalhando-lhe os ossos da caixa craniana.

Enquanto isso, algumas pessoas tratavam de espancar com os objetos que tinham à mão a fera obstinada em destruir a cabeça da criança.

Um massacre.

***

De um lado, a ferocidade do cão. De outro, a mais completa passividade da vítima diante do ataque destruidor.

***

Sucedem-se com frequência assustadora os ataques de pitbulls contra indefesas vítimas.

Tenho cruzado nas ruas por donos de pitbulls puxando pelas coleiras as suas feras.

Noto transparente nas feições dos donos das bestas um prazer mórbido de atemorizar os transeuntes.

Os donos de pitbulls saem para as ruas com a finalidade específica de aterrorizar os passantes.

Todos eles se recusam terminantemente a colocar focinheiras nos cães. Com focinheiras, as suas armas mortíferas se tornam inúteis. Seria como carregar um revólver sem balas ou uma faca sem fio.

***

O que o dono do pitbull pretende é afirmar-se com o medo dos transeuntes. É a forma que ele encontrou doentiamente para se sentir superior aos outros.

É de se ver o brilho perverso dos olhos dos donos de pitbulls carregando pela guia a sua fera amedrontadora. Eles não olham para seus cães, eles olham para as pessoas atemorizadas e sentem-se realizados.

São os soberanos das ruas, dos parques e dos lugares onde moram. São respeitados pelos pedestres e pelos vizinhos, detêm um poder extraordinário, a qualquer momento suas feras podem atacar, quando então esses maníacos sentirão o ápice, o orgasmo do seu prazer de sadismo.

***

Não sei até quando vão permitir que esses cães ferozes matem e mutilem as pessoas nas ruas e nas vizinhanças.

Acho que isso nunca vai acabar. Há dias em que os pitbulls atacam, mas, em todos os dias em que não atacam, espalham por todos os lugares onde andam um medo coletivo de dar dó, um pânico geral.

E os canalhas dos donos realizam-se com o terror a que submetem as pessoas do seu entorno.

***

Como a Constituição Federal não permite que se extinga nenhuma raça animal por mais perigosa que seja para as pessoas (como é que matam as formigas e os mosquitos?), a solução seria as autoridades só permitirem que existam esses pitbulls assassinos quando seus focinhos forem revestidos por focinheiras.

Sempre com focinheiras. Só poderiam retirar-lhes as focinheiras quando fossem comer e beber. E logo em seguida impor-lhes as focinheiras, mesmo nos pátios de suas casas, com maior razão ainda nas ruas.

Mas, com focinheiras, os cães não teriam graça nenhuma para seus patifes donos: eles só se sentem felizes quando impõem medo aos outros.


PAULO SANT’ANA
06 de maio de 2009 | N° 15961
Zero Hora

29 de abril de 2009

Direito da Vida - continuação

Consultei um livro muito bom, que lembrei ou alguém me fez lembrar, onde em determinado capítulo o autor se refere às deformações que o perispírito sofre por causa de abortos. As imagens do video anterior podem dar uma visão mais ampla sobre o que o autor trata nesse capítulo.

Aliás, Luiz Gonzaga escreveu diversos livros muito interessantes. Esse livro é um deles. São informações valiosas sobre a dimensão astral. O livro esta dividido em duas partes. A primeira fala sobre a evolução em nosso planeta com uma perspectiva mais ampla. A segunda fala sobre o perispírito e os diversos problemas que surgem na dimensão astral.


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O_Perispírito_e_suas_modelações_pag153-160

28 de abril de 2009

Legião - Criações mentais

Seguindo com as publicações de Legião, selecionei um trecho do livro em que o preto velho Pai João explica a formação e atuação de criações mentais - vampiros artificiais que se alimentam de nossas emoções e pensamentos.









legião10-17 legião10-17 gsampert Trecho do livro Legião - página 10 até 17

Mundo astral e as manifestações


Resolvi começar a postar assuntos referentes a todas dimensões da vida, como o fiz ontem, através do post Legião – A causa de alguns efeitos. Desde que li o primeiro livro de Robson Pinheiro, Tambores de Angola, de autoria do espírito Ângelo Inácio, despertou em mim um interesse maior sobre a reflexão que deve ser feita sobre nossos pensamentos e atos. É interessante a rede de conexão existente entre encarnados e desencarnados. Tudo que fazemos ou pensamos tem valor energético e repercute nas diversas dimensões astrais. Com isso ocorre o efeito de ressonância, ou seja, a sintonia entre energias de mesma vibração. Por isso estamos suscetíveis a energias (e entidades) densas que causam as mais diversas mazelas em nossas vidas, desde ações brutas até doenças incuráveis. E na realidade é isso que ocorre. Independente de nossa vibração, sempre acabamos por nos sintonizar com energias externas. É claro que uma boa conduta ética e moral nos levam a ter uma vida mais alegre, mais “colorida”. Digo isso porque a cor de nossa aura muda para colorações mais brilhantes, enquanto energias densas deixam a coloração escurecida.

Voltando ao assunto inicial, os livros de Robson Pinheiro, nos trazem informações valiosas, claras, e de fácil compreensão. Diferentes das mensagens, de igual valor, mas de difícil linguagem que são os livros de Chico Xavier e André Luiz, algumas vezes de difícil compreensão. Talvez a diferença básica entre os autores espirituais seja que Ângelo Inácio se autodenomina repórter, profissão que exerceu em sua última encarnação. Em seus livros ele descreve quase que de forma relatada, suas experiências em dimensões densas. Entra em contato com seres antigos, detentores de incalculável inteligência e conhecimento, mas muito atrasados moralmente. Tanto que são remanescentes de outros planetas que já atingiram plenitude evolutiva. Descreve detalhadamente ambientes desenvolvidos para pesquisas em torno de tecnologia e equipamentos utilizados para atingir seus objetivos, de ordem política. É assombroso o avanço científico alcançado pelos seres das trevas. E estamos todos à mercê de ataques contra a coletividade, como foi exposto no post anterior. Se pega como exemplo essa gripe misteriosa, originada no México, que está deixando as mais diversas marcas, desde a doença até problemas econômicos. Tão misteriosa que a Organização Mundial de Saúde chamou a gripe de suína, enquanto outros dizem que nem ao menos existem animais infectados.

Pode parecer surreal. Fantasioso. Utópico. Mas é a realidade. Seres antigos querendo impor suas próprias idéias. Atacam aqueles que se impõem contra eles. Atacam aqueles que são influenciáveis. Atacam as massas. Tudo sorrateiramente, nos planos invisíveis. Nossos anjos de guarda estão sempre ao nosso lado, querendo nos ajudar, mas se nos deixamos influenciar, se nos deixamos sintonizar com energias densas, eles nada podem fazer. Não tem o direito de interferir em nosso livre arbítrio. Enquanto isso esses seres trevosos aproveitam nossos sentimentos mais baixos para botar em prática seus planos. E o que presenciamos são problemas ambientais, problemas econômicos, problemas de saúde – individuais e coletivos –, violência, etc, etc, etc. Os estudiosos procuram respostas, origem para tantos problemas, e não encontram respostas. Apresentam apenas teorias. É preocupante o estado em que se encontra nosso querido planeta.

Nós podemos e devemos fazer nossa parte, de forma prática, rapidamente antes que seja tarde. Nós devemos repensar nossas ações, nossos pensamentos, mudar nossas atitudes. Nos momentos difíceis é preciso calma e concentração para não sintonizar com elementos de baixa densidade. Peça proteção, peça ajuda, peça Luz – não é feio nem proibido pedir – para seus anjos de guarda, protetores, guias, mentores, mestres, eles vão atender nosso chamado. É o grande momento de fazermos a diferença, de fazermos nossa parte.

Em breve postarei mais trechos de livros que nos dão à noção do que ocorre no plano astral em nossa volta. São trechos que chocam, mas que servem de alerta para repensarmos nossa vida.

24 de abril de 2009

Mãe relata a dor de ter perdido o filho para o vício do crack

Relutei muito antes de postar essa reportagem, já que me foi instruido não ficar lendo notícias desse porte, pois já estava entrando em vibração com tanta desgraça e por consequência perdendo energia. Mas não consegui deixar de ler tal depoimento, que parece sair de um conto literário. A seguir o sentimento da mãe que matou o próprio filho que se auto destruiu, e também à sua família por causa de crack. Que as pessoas que lerem esse depoimento fiquem atentas a sua volta, por que as drogas infelizmente fazem parte de nossas vidas. E que a Luz possa iluminar essa mãe. Que a Luz possa guiar os passos desse infeliz filho que ignora as Leis Divinas. Que o Amor de Jesus se propague por todo a Terra!!!

LUZ!!! LUZ!!! LUZ para todos nós!!!


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Mãe relata a dor de ter perdido o filho para o vício do crack
"Hoje vivo um dia após o outro" diz Flávia Costa Hahn após a tragédia que se abateu sobre sua família

José Luis Costa, Renato Gava, Rozanne Adamy | joseluis.costa@zerohora.com.br, renato.gava@diariogaucho.com.br, rozanne.adamy@diariogaucho.com.br


Duas horas e meia após depor à Delegacia de Homicídios e Desaparecidos, a representante comercial Flávia Costa Hahn, 60 anos, recebeu Zero Hora e Diário Gaúcho para falar sobre a tragédia que se abateu sobre sua família desde o domingo de Páscoa, quando empunhou o revólver que matou o único filho, Tobias Lee Manfred Hahn, viciado em crack.

Sentada na sala de sua casa de três pavimentos com piscina na região conhecida como Sétimo Céu, no bairro Tristeza, em Porto Alegre, ela relembrou durante uma hora momentos dramáticos da sua trajetória como mãe, com a ressalva de que não falaria sobre o dia da morte de Tobias.

Veja em gráfico os efeitos do crack no organismo

– Foi um acidente – repetiu, garantindo que foi ela a autora do tiro disparado de um revólver do marido Manfred Oto Hugo Hahn, 75 anos.

A seguir, trechos do desabafo de Flávia:

O FILHO SONHADO

“Fui mãe aos 34 anos. Um filho desejado. Estávamos nos Estados Unidos e nunca tivemos casa própria. Vivíamos como ciganos de um país para o outro. No dia que eu engravidei, a gente decidiu fazer essa casa para o nosso filho. Nasceu aqui, mas logo fomos morar na Venezuela. Eu ficava com ele, não trabalhava. Era um menino espoleta, bagunceiro, hiperativo. Ficou lá até aos nove anos, quando voltamos para o Brasil.”

A MACONHA NO COLÉGIO

“Quando a gente voltou, logo consegui trabalho. Acho que foi ali o meu erro. Pensando que ele estaria bem no colégio, tinha uma pessoa muito boa (uma empregada) cuidando dele. À noite e nos finais de semana, eu estava sempre em casa. Pensei que isso seria suficiente, mas não foi para o Tobias. Ele saía com os amiguinhos, começou com a maconhazinha no colégio. Acho que não fui enérgica o suficiente.”

A SUPERPROTEÇÃO

“Filho único. Ele sempre me dominou. Tinha um jeitinho de pedir as coisas que eu não podia negar. Quando não estava no crack, era muito carinhoso. Era a mãezona dele. Às vezes, eu brigava com meu marido, que era mais enérgico, para defender ele. Foi muito mimado por mim. Acho que foi esse meu defeito.”

O INÍCIO DO PESADELO

“O Tobias usava droga desde os 14 anos. Da maconha, passou para a cocaína. Em 2002, ele se meteu com uma gangue e teve problemas com a polícia. Mas mantinha o vício assaltando, roubando. E eu, como mãe, nem sabia. A gente é sempre a última a saber. Então eu consegui um trabalho em Brasília e fui para lá. O meu marido ficou aqui, desesperado, não aguentou a situação. O Tobias batia no meu marido, maltratava a pessoa que cuidava do meu marido. Então, levei ele para Brasília.”

AS NAMORADAS E A PASSARELA

“Brasília foi um santo remédio. Ele deixou a cocaína, ficou na maconha. Ele teria de ter amigos e não tinha. Passou três meses suando no apartamento. Não sabia que a falta de cocaína dava essa suadeira nele. Conseguiu outros amigos, uma namorada. Fez curso de modelo, cuidava da pele, fazia musculação. Fiquei um ano e meio em Brasília. Ele ganhou dinheiro desfilando, as gurias correndo atrás dele. Era loirinho e chamava a atenção. Depois fui para o Rio. Continuou com a maconha, mas nunca me pediu dinheiro além da mesada de R$ 300. Ele ia à praia, fez curso de guia de turismo e trabalhava como modelo. Até a Xuxa chamou ele para entrevista.”

O RETORNO E O CRACK NA PORTA DE CASA

“O inferno começou em 2006. Voltei para minha casa para ser representante da empresa em que trabalhava. Fiquei aqui, viajando pelo Estado e por Santa Catarina, e ele reencontrou antigos amigos e começou a usar crack direto. Aqui é muito fácil. Vivemos em uma zona residencial classe A, mas se caminha 200 metros e tem uma vila com três traficantes e do outro lado tem um beco com um monte de traficantes. O crack é muito barato. Qualquer um tem R$ 5 para comprar.”

AS INTERNAÇÕES

“Ele não aceitava. A primeira foi pelo meu plano de saúde. Chamei uma ambulância e, enquanto ele dormia, vieram aqui, o pegaram e levaram. Ficou 30 dias na Clínica São José. Saiu de lá bem, tomando remédio, um antidepressivo e um remédio que bloqueia o cérebro e não dá vontade de usar drogas. No momento em que parou com o remédio, voltou para a droga. Internei ele seis vezes. Meu plano de saúde pagava só uma vez por ano e até 15 dias. Era muito caro, R$ 400 por dia. Quando eu não tinha dinheiro, pedia via ordem judicial. Dizia ao oficial de Justiça a hora em que o Tobias estava em casa dormindo e que tinha de vir com a Brigada. Eles chegavam aqui, pé por pé, eu abria a porta, acordava ele, e ele ia para o PAM 3, na Vila Cruzeiro do Sul, aguardando vaga em um hospital em SUS.”

AS ROUPAS QUE VIRAM DROGA

“Em 2007, comprei uma moto nova (Honda 125 cilindradas) para ele, e ele começou a trabalhar como motoboy. Eu viajava muito naquele tempo e não conseguia controlar ele. Depois, ele disse que roubaram a moto. Trabalhou no Clube Jangadeiros, lixando barcos, gostava muito. Consumia tudo que ganhava. Nunca comprou uma peça de roupa para ele. Tudo eu dava. No ano passado, consegui um emprego em uma grande transportadora em Manaus. Comprei a passagem aérea para ele fazer entrevista. O voo saía as 2h, mas ele sumiu. Me deixou com a mala e a roupa nova comprada. Perdi a passagem. Depois, ele vendeu a roupa. Era uma coisa a mais que ele tinha para vender para consumir drogas.”

MÃE VIRA BANCO 24 HORAS

“Quando surtava, ele me batia. Me bateu várias vezes. Às vezes, ele dava tapas no meu rosto e a cabeça voava. Ficava toda machucada. No Natal passado, ele queria dinheiro, eu não tinha, e ele me tirou a soco de casa até o bar do seu Adão, que é meu amigo, aqui perto, para pedir R$ 20. Estava fechado. Ele me empurrou a soco, escadaria acima, até a casa do seu Adão. Eu caía, levantava, ele me empurrava para ir mais rápido. Não tinha ninguém. Tive de voltar em casa, pegar o cartão de crédito e ir no banco sacar dinheiro. Eu era o banco 24 horas dele.”

TROCO ESCONDIDO EM CASA

“Nos dias 30 e nos dias 6 ou 8 , quando meu marido e eu recebíamos, ele infernizava a minha vida. Pedia dinheiro, três, quatro vezes por dia. Eu já deixava escondido. Trocava uns R$ 200 por notas de R$ 5, R$ 10, R$ 20. E quando ele incomodava muito, dava R$ 5. Aí, ele ficava mais uma hora pedindo, a noite toda. Dava dinheiro para ele não roubar outras pessoas. Pela violência dele, podia cometer um crime. Eu tinha de caminhar uns 20 minutos (2,3 quilômetros) até um caixa 24 horas buscar dinheiro. Isso à noite, de madrugada. Ultimamente, eu ia dormir na casa de uma amiga. Meu carro (um Gol) está parado há um ano. Não quis arrumar. Ele vendeu a bateria e o estepe, a chave de roda, e deixei assim.”

ACESSO PROIBIDO AO FILHO

“Primeiro foram as roupas dele. Depois, o meu guarda-roupas. Os meus casacos de pele, meus sapatos. Um dia entrei lá e não tinha mais nada. Depois acabou com a roupa de cama, tapetes. Coisa de valor, ele empenhava com os traficantes por R$ 50. Eu dava o dinheiro e mandava ele buscar. Deixava a casa toda chaveada. Só deixava acesso à cozinha e ao quarto dele. Ultimamente, ele só ameaçava colocar fogo na casa. Tinha medo dele.”

A FAMÍLIA DEPENDENTE

“O crack mantém a gente refém dele. Os familiares, as mães, os pais, pensam 24 horas no crack. A gente também é viciado nela. É uma maldição. Tu pensa: daqui há pouco vou ter de dar dinheiro para o crack. É incrível. A gente fica pensando quando isso vai acabar. De cada mil pessoas, acho que uma pessoa se livra do crack. Nunca perdi a esperança que ele sairia das drogas.”

AS AMEAÇAS E O TIRO

“Nunca pensei que pudesse ter uma atitude radical com o Tobias. Só peguei aquele revólver para assustá-lo. Foi um tiro só. Um acidente. Não direcionei a arma, não apontaria para o rosto dele. Ele passou correndo por mim, estava desnorteado. Tentou me explodir com gás dentro da cozinha, foi dramático. Estou na mão de Deus e da Justiça. A coisa mais preciosa que eu tinha, já perdi. Tudo que vier, vou receber como tem de ser.”

O TRATAMENTO NA PRISÃO

“Me trataram muito bem no presídio (Penitenciária Feminina Madre Pelletier). Menos as detentas. Diziam: ‘a assassina do filhinho? Não a queremos na cela’. Me colocaram em uma solitária, e elas (agentes) me disseram: ‘não se preocupe, a gente está com a senhora’. Me deram café da manhã, almoço. Cheguei lá na madrugada e fiquei até as duas da tarde.”

O ANIVERSÁRIO E O CEMITÉRIO

“A vida parece que parou. O centro das minhas atenções era meu filho. Por mais que me usava para comprar droga, eu estava sempre perto dele. A vida está vazia. Domingo passado era aniversário dele. Fomos ao cemitério, levei flores e rezei por ele. Vou a uma igreja espírita. O pior momento dessa tragédia foi ver o meu filho sem vida. Hoje vivo um dia após o outro.”

UM RECADO ÀS MÃES

“É preciso procurar toda a ajuda, como eu fazia. O crack é tão forte que, quando a pessoa consome muito, bloqueia todo o sistema nervoso. Então, a pessoa não é mais ela. Não se pode desistir nunca. Não tive sorte de salvar meu filho, mas pode ser que outras tenham. Na infância, acho que a mãe deve deixar de trabalhar e se dedicar absolutamente às famílias.”


24/04/2009 - 05h38min
Zero Hora

23 de abril de 2009

O senhor das armas, por Eliani Gracez Nedel*

Quem ainda não assistiu, assista ao filme O Senhor das Armas, para ver a realidade do descaso com a vida humana. O filme mostra um traficante de armas que compra armas ilegalmente de militares e as vende em zonas de conflito e de guerrilha, mesmo sabendo que essas armas irão matar toda uma população de inocentes. Mas “o senhor das armas”, personagem vivido por Nicolas Cage, tem uma família que vive confortavelmente. Assim é o político corrupto. Rouba dos necessitados, rouba dinheiro da merenda escolar, rouba superfaturando notas fiscais. Desviando dinheiro daqui e dali. Levando namoradas famosas, que poderiam pagar passagens aéreas, para viajar de avião com dinheiro público. Enquanto isso, o povo anda em ônibus e metrôs abarrotados de tanta gente. O descaso é comigo, é com vocês, é com todas as pessoas que, aos olhos de alguns, não valem nada. Que moral é essa que tomou conta do Brasil? Esta moral, seja ela qual for, infestou a política.

Tudo isso só está acontecendo devido a uma ausência de parâmetros claros e definidos para os limites do poder. O poder corrompeu a mente de seres que estão autocentrados em suas próprias necessidades. Seres que se esqueceram de que o outro também tem necessidades para sobreviver. O brasileiro já se acostumou à corrupção, parece tudo tão corriqueiro, como se isso não tivesse solução. A corrupção no Brasil tem sua origem no “jeitinho brasileiro”, que todo brasileiro tem. Por isso, a crise da ética é uma crise moral. Afinal, questionar a moral dos políticos é questionar esse tal “jeitinho brasileiro” de ser.

Ética não é um conjunto de normas morais, como dizem por aí. Ética é uma reflexão acerca da moral, e não a moral em si. Viver é conviver. E é neste convívio que o ser humano se descobre como um ser de moral. Um ser dotado de uma razão ética que questiona a moral vigente em sua comunidade. Mais do que isso, um ser que se pergunta sobre o que deve fazer. Como agir em determinada situação? Como se comportar perante o outro? Que se pergunta sobre a injustiça, sobre a corrupção e sobre o que fazer com tudo isso.

Mas a verdade é que nem todos se questionam. Nem todos se preocupam com moral ou com ética. Tem gente que não quer saber de nada disso, não está preocupada com quantos vão lesar ou ferir. Não se preocupa com quantos poderão sofrer ou morrer em decorrência do seu egoísmo, e ainda se julga esperta.

23 de abril de 2009 | N° 15948
Zero Hora
*Filósofa

***

16 de abril de 2009

Não podemos ser prisioneiros da cultura da violência


Há regras contratuais e há as regras da cultura. Por exemplo, no metrô de Tóquio, o mais eficiente do mundo, há os empurradores. São agentes do metrô, usando luvas impecavelmente brancas, que empurram os passageiros nas horas de lotação máxima, para que as portas possam ser fechadas, já que o passageiro sozinho não consegue apertar mais a massa.

Já na Nigéria, por exemplo, agentes de polícia usam pequenas varas para dirigir multidões. Na linguagem yoruba, eles são chamados de olopa, que significa “aquele que empunha o porrete”.

Cultura no Japão, cultura nos países da África Central. Para eles, é normal o agente com a varinha; é normal o empurrador de luvas brancas.

No Brasil, está sendo introduzida a cultura dos socos e pontapés, da violência. Se alguém duvida, recorde as brigas de torcidas, ou as agressões em festas de todas as classes. Quem duvida, veja as estatísticas de milhares de mortes por ano, por motivo fútil. Por isso, está na hora de identificar as raízes da violência*, que leva também a depredar trens, cinemas ou escolas. Saber o que alimenta os cérebros, que depois comandam mãos e pés para agredir e destruir.

O que vimos no Rio de Janeiro é a demonstração disso, tanto que as agressões dos agentes da Supervia foram praticadas diante de um PM, e o policial deve ter julgado tudo normal, já que não reagiu. Aparentemente circunstantes ajudaram, empurrando e desferindo pontapés.

O boiadeiro que tange o gado não bate nos animais, basta o som que emite, como o dos apitos que os agentes da Supervia portam, mas usam como chicotes. Nem gado é tratado assim. Não podemos ser prisioneiros do trem; nem da cultura da violência.


Alexandre Garcia Quinta-feira, 16/04/09 Bom Dia Brasil

* grifado por mim


***

Cada dia que passo fico cada vez mais e mais apreensivo. São notícias sobre novidades em termos de violência, coisas que nunca acontenceram nesses tempos pós guerra mundial. O mundo parecia ter percebido e aprendido com tamanho extermínio do ser humano... por ele próprio. Eram novas ideologias, novos pensamentos. Mas adentramos o novo milênio com perspectivas que não estão se concretizando. Ao invés disso é violência... violência e violência. Até quando? Para mim, não me resta mais nada a não ser orar e direcionar energia contra a egrégora densa que paira sobre nosso globo. E você o que está fazendo na prática para mudar o panorama em que estamos envolvidos? Pense coisas boas, pois elas se materializam. Pense na Luz. Emita Luz. Luz na escuridão. Luz para os que precisam!!!