31 de dezembro de 2008

Mensagem de Ano Novo



Hoje é o dia que dá início a um novo ano.
É o dia primeiro.
Todos queremos iniciar mais um ano com esperanças renovadas.
É um momento de alegria e confraternização.
As rogativas, em geral, são para que se tenha muito dinheiro no bolso, saúde pra dar e vender.
Mas será que se tivermos tudo isso teremos a garantia de um ano novo cheio de felicidade?
Se Deus nos dá saúde, o que normalmente ocorre é que tratamos de acabar com ela em nome das festas.
Seja com os excessos na alimentação, bebidas alcoólicas, tabaco, ou outras drogas não menos prejudiciais à saúde.
Não nos damos conta de que a nossa saúde depende de nós. Dessa forma, se quisermos um bom ano, teremos que fazer a nossa parte.
Se pararmos para analisar o que significa a passagem do ano, perceberemos que nada se modifica externamente.
Tudo continua sendo como na véspera.
Os doentes continuam doentes, os que estão no cárcere permanecem encarcerados, os infelizes continuam os mesmos, os criminosos seguem arquitetando seus crimes, e assim por diante.
Nós, e somente nós podemos construir um ano melhor, já que um feliz ano novo não se deseja, se constrói.
Poderemos almejar por um ano bom se desde agora começarmos um investimento sólido, já que no ano que se encerra tivemos os resultados dos investimentos do ano imediatamente anterior e assim sucessivamente.
Poderemos construir um ano bom a partir da nossa reforma moral, repensando os nossos valores, corrigindo os nossos passos, dando uma nova direção à nossa estrada particular.
Se começarmos por modificar nossos comportamentos equivocados, certamente teremos um ano mais feliz.
Se pensarmos um pouco mais nas pessoas que convivem conosco, se abrirmos os olhos para ver quanta dor nos rodeia, se colocarmos nossas mãos no trabalho de construção de um mundo melhor, conquistaremos, um dia, a felicidade que tanto almejamos.
Só há um caminho para se chegar à felicidade.
E esse caminho foi mostrado por quem realmente tem autoridade, por já tê-lo trilhado. Esse alguém nós conhecemos como Jesus de Nazaré, o Cristo.
No ensinamento "amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo" está a chave da felicidade verdadeira.
Jesus nos coloca como ponto de referência.
Por isso recomenda que amemos o próximo como a nós mesmos nos amamos.
Quem se ama preserva a saúde.
Quem se ama não bombardeia o seu corpo com elementos nocivos, nem o espírito com a ira, a inveja, o ciúme etc.
Quem ama a Deus acima de todas as coisas, respeita sua criação e suas leis. Respeita seus semelhantes porque sabe que todos fomos criados por ele e que ele a todos nos ama.
Enfim, quem quer um ano novo repleto de felicidades, não tem outra saída senão construí-lo. Importa que saibamos que o novo período de tempo que se inicia, como tantos outros que já passaram, será repleto de oportunidades. Aproveitá-las bem ou mal, depende exclusivamente de cada um de nós.
O rio das oportunidades passa com suas águas sem que retornem nas mesmas circunstâncias ou situação.
Assim, o dia hoje logo passará e o chamaremos ontem, como o amanhã será em breve hoje, que se tornará ontem igualmente.
E, sem que nos demos conta, estaremos logo chamando este ano que se inicia de ano passado e assim sucessivamente.
Que todos possamos aproveitar muito bem o tesouro dos minutos na construção do amanhã feliz que desejamos, pois a eternidade é feita de segundos.

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no livro Repositório de sabedoria, verbetes: oportunidade e tempo

13 de dezembro de 2008

Amizade É o Amor Sublimado


Nascer e morrer são duas situações que deveriam ser encaradas pelos encarnados como uma coisa normal. A pessoa, para nascer, recebe ajuda de pessoas especializadas e, na minha época, em vida, de parteiras prestimosas. era o chegar da vida. Ali era cortado o cordão umbilical, a criança respirava pelos seus pulmõezinhos e começava mais uma etapa reencarnatória, mais experiências, mais vivências, o resgatar de débitos, o assimilar de conhecimentos e a vida era recebida, na sua grande maioria com manifestações de alegria. Era um bebê que chegava, era uma vida nova.
Quando a pessoa desencarna, ela tem os mesmos preparativos de quando ela nasce, ela parte para o mundo espiritual. Assim, como existe para os que nascem o cordão umbilical, existe no plano espiritual o cordão fluídico, seja qual for a forma pela qual a pessoa desencarnou, com exceção de mortes violentas ou suicídio, que quando não está tempo previsto, o cordão fluídico rompe‑se com violência. Existem os mesmos aparatos, cortar o cordão fluídico, a importância desse seccionar o cordão fluídico paia que o espírito permaneça num mundo espiritual sem aquela força vital que pode lhe trazer alguns distúrbios. É a mesma técnica para se nascer, porque se você não cortar bem o cordão umbilical, ou deixá‑lo sem cortar, a criança pode se esvair em sangue. Então, a vida material depende desse cortar do cordão, como a vida espiritual, no seu equilíbrio, depende desse cortar do cordão fluídico.
Mas o ser humano encara a vida como promessa e o desencarne como uma fatalidade. O desencarne material programado. Aquele desencarne que é o cessar da prova, é visto no plano espiritual com muita alegria por aqueles que se encontram, no além com muita tristeza quando alguém parte por acidente, por invigilância ou por suicídio porque sabemos que aí a criatura vai esvaindo o seu fluido vital em grande sofrimento, não terá toda aquela reparação para se esgotar o fluido vital e ajuda esta pessoa. Então ela ficará colocada à própria sorte, porque se rebelou contra os desígnios divinos, se rebelou contra a dor que ela mesma programou para si.
Porque, se nós sofremos, se nós choramos, se passamos por testes difíceis, se o desespero nos bate à porta da alma, tudo isso foi conquistado pela nossa vontade, com nossos esforços, com as nossas opções de ida em decorrência das nossas decisões tomadas em vidas pretéritas.
Existem aquelas vidas em que, na própria carne, a pessoa já vai complicando o seu quadro cármico, com atitudes, com viciações, com imprevidência, com leviandade, com desonestidade, com indignidade, tudo isso são agravantes sérios para a criatura que já traz uma programação reencarnatória, dificuldades para serem superadas e tudo isso representará também agravantes seríssimos no plano espiritual para a pessoa que veio resgatar o que leva na sua bagagem, mais algumas contas para saldar. No geral do saldo ainda fica o devedor.
Sabemos o quanto é difícil enfrentar o mundo com as suas lutas, tomar as decisões certas, nos momentos mais imprevistos. Nós estamos juntos a todos vocês, sentimos a dor de todos vocês, compartilhamos desta dor e procuramos minorá‑las tanto quanto possível, mas respeitando sempre o canoa de cada um, porque se nós não respeitarmos esse traçado cármico, nós estaremos impedindo as pessoas que amamos de crescer.
Uma criança aprende a escrever com sua própria mão, ela não aprende a escrever com a mão da mãe ou a do pai. A mãe que faz os exercícios do filho não está ajudando o seu filho, ela tem que ajudar o filho a superar as suas dificuldades, ensiná‑lo. Estar presente, ter aquela voz mansa, não aquela voz traumática e agressiva, não a voz punitiva, mas a voz apoio, para que o filho aprenda. Sem traumas, adquira conhecimentos de forma agradável. Mas a criança tem que fazer por ela, tem que amealhar conhecimentos. Tem que incorporar em seu cérebro as informações que obtém no curse que está realizando, e, no curso da vida, as experiências naturais de todo espírito em desenvolvimento.
Por isto, fazer grandes dramas diante da morte só complica o quadro cármico daqueles que estão na terra e daqueles que partiram, porque a saudade desequilibrada, o amor desajustado, provoca sofrimentos enormes, mesmo para aqueles que já estão em colônias, já estão em hospitais e enfermarias. Eles passarão por convulsões, espasmos violentíssimos, passam horas, dias em inconsciência, só recebendo aquelas emanações envenenadas da terra.
Por isso, em relação àqueles que partiram de uma forma violenta, desajustada ou suicídio, não se deve pensar nas imagens negativas que eles deixaram. Deve‑se pensar nos instantes em que eles foram felizes, deve‑se pensar em momentos jubilosos não nos instantes dolorosos, para que eles tenham força e se alimentem dessas energias lenitivas que são emitidas pelo pensamento.
Abençoado aquele que sabe orar pelos que partiram, porque nós sabemos a terapia de apoio que representa mesmo para os que estão muito desajustados no plano espiritual. Às vezes nos encontramos com eles nos corredores, radiosos, felizes e perguntamos
‑ Porque você está tão feliz ?
‑ Recebi hoje uma prece de uma pessoa amiga. E essa notícia me foi muito prazerosa.
Ou então, quando alguém está dando uma aula, fazendo uma palestra ou recebendo uma terapia e chega aquela vibração boa, aí é projetado nos telões de prece que nós chamamos de telas de prece em que é projetado o rosto da pessoa ali. Muitas vezes eles choram.
‑ Porque que esta pessoa que eu não conheço está orando por mim ? Porque não estão orando por mim meus parentes, meus filhos, meus amigos?
Naquele instante ele percebe, o ser que está recebendo a prece, que realmente a amizade não está ligada aos elos biológicos, amizade é o amor sublimado, na sua mais alta essência divina. Amizade é o sentimento mais puro que envolve a terra. Amor e paixão passam em várias experiência reencarnatórias, mas, a amizade são os companheiros de sempre, nas alegrias de sempre.

Bezerra de Menezes – Mensagem recebida por Shyrlene Soares Campos dia 01/03/2000 no Núcleo Servos Maria de Nazaré, Av. Dr. Arnaldo Godoy de Souza, 2275
Cidade Jardim Fone Oxx34 238‑4551 Caixa postal 320 Uberlândia‑MG

30 de novembro de 2008

Problemas e Oportunidades


Há momentos em que nossa Vida parece estar conturbada, cheia de problemas. Aquela pedrinha no sapato pode ser transformar em um empecilho para nossa caminha rumo ao horizonte sem fim. As leis divinas nos dão oportunidades, nada mais do que isso. Nós mesmos somos os criadores dos nossos próprios problemas. Mas essas oportunidades fazem parte da jornada, do aprendizado e do crescimento. Sem as experiências, não podemos aprender, não temos condições de crescer. Mas não podemos simplesmente encontrar um obstáculo e simplesmente parar em frente achando ser o maior de nossos problemas. Temos que estudá-lo, observar as opções para contorná-lo, e aproveitar essa oportunidade para aprender. Assim, o próximo obstáculo será menor, e não precisaremos contorná-lo, mas simplesmente passar por cima, como se fosse uma pequena pedrinha.
As oportunidades aparecem o tempo todo, em qualquer que seja a situação. Temos o livre arbítrio. Podemos escolher sofrer ante a oportunidade de aprender, ou aceitar com o coração alegre e confiante. Nossa Vida é cheia de tropeços e quedas, mas temos que ter a forças para nos erguermos e continuar a trilhar o caminho da evolução.

21 de novembro de 2008

Não estou conseguindo me dedicar muito com o blog neste final de ano, muitas são as tarefas acadêmicas para conseguir o tão almejado diploma. Quando a poeira baixar continuarei dando a atenção necessária para manter o blog atualizado.

Qualquer dúvida, crítica, sugestões, ou mesmo contribuições, me mandem uma mensagem. Agradeço a todos que entram em contato para opinar sobre o blog.


"Tudo tem o seu tempo determinado e há tempo para todo propósito debaixo do céu: há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de chorar e tempo de rir; tempo de abraçar e tempo de afastar-se; tempo de amar e tempo de aborrecer; tempo de guerra e tempo de paz."

( Eclesiastes )

CARIDADE DO TEMPO

Amplia-se na vida, segundo as nossas necessidades, o tema sempre novo da caridade.
Ninguém calcula a importância do pão que socorre o faminto, nem o valor do remédio que alivia o doente.
Outras expressões de beneficência, contudo, vão surgindo imperiosas.
Uma delas, que raramente refletimos, baseia-se na dádiva das horas – caridade do tempo, ao alcance de todos.
Não há criatura impedida de exercê-la. Em qualquer clima social, semelhante cooperação é fundamento do bem.
Um dia de trabalho gratuito no levantamento das boas obras. . .
Uma semana tomada às férias para concurso desinteressado às instituições que reúnem doentes menos felizes. . .
Um horário de serviço puramente fraterno na esfera profissional para os que nos reclamam a experiência. . .
Um momento de tolerância e respeito para os que se extraviam na cólera. . .
Um minuto a mais de atenção para a conversa de alguém que ainda ignora o processo de resumir. . .
Uma hora para a visita espontânea ou solicitada em que sejamos úteis. . .
Todos podemos calar para que outros falem, extrair alguns instantes dos apertos do dia a dia para atividades edificantes, empregar retalhos de repouso no estudo para conseguir esclarecer ou ensinar, suprimir um passeio ou uma distração para a felicidade de servir. . .
Não nos esqueçamos de articular oportunidades em auxílio de outrem.
Caridade do tempo, fonte de amor e luz. É com ela e por ela que a própria Sabedoria Divina nos ampara e nos reergue, corrige e aprimora, usando paciência infinita conosco, através das reencarnações.

André Luiz; Psicografia - Waldo Vieira

12 de novembro de 2008

PRECE DE AMOR


Como estiveres, Deus te guarde.

Como penses, Deus te use.

Onde te encontres, Deus te ilumine.

Com quem estejas, Deus te guie.

No que fizeres, Deus te ampare.

Em todos os teus passos, Deus te abençoe.


Emmanuel

Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

Obstinação Cristã

A tua obstinação pelo ideal do bem surpreende a muitos, que a consideram loucura.
Os amigos têm dificuldade de compreender-te, supondo ser o teu esforço uma busca sub-reptícia de promoção pessoal ou perseguição a interesses de procedência mundana.
Censuram-te a firmeza, que lhes parece fanatismo, e assacam calúnias contra ti esperando esmorecer-te o ânimo.
São também crentes nos postulados que te arrebatam, mas os têm como um suporte para determinadas ocasiões, um compromisso que, às vezes, se as circunstâncias são pouco favoráveis, pode ser postergado como secundário.
Não se interessam para que o próximo conheça o que a eles faz felizes, quiçá, porque ainda não se identificaram, realmente, com o conteúdo da fé.
Vivem no mundo, nos mesmos padrões profanos, distraídos, periodicamente chamados à razão pela dor, que olvidam logo passa o problema afligente.
São simpáticos quando necessitam e soberbos quando procurados.
Hábeis no falar e no agir, transitam livremente nas diversas áreas, nas quais se acomodam, sem definição.
Dizem-se liberais, tolerantes.
A fé, porém, é um compromisso para com a vida.
Muitos crentes, no entanto, vivem uma fé sem compromisso.
Como tens consciência de que ressurgirás do túmulo conforme és, acautela-te, desde já, mantendo coerência entre o que crês e o que fazes, o que pretendes e o que encontrarás.
A morte é uma desveladora de realidades, em cujo umbral se acabam as ilusões, ressurgindo a vida em plenitude.
Vive hoje, portanto, conforme anelas prosseguir depois.
A imprevidência gasta agora, para lamentar mais tarde, enquanto a sabedoria aplica hoje, para o rendimento no futuro.
Afatiga-te, sem queixas, na ação do bem, ao tempo em que outros se exaurem no transitório jogo da imediata satisfação.
Sempre te faz bem, o bem que fazes.
O que atiras fora te faltará, mas o que aplicas se multiplicará.
O cristão vale pelos investimentos de amor e abnegação de que se utiliza.
Como o tempo inevitavelmente passa, ele te coroará de paz ou arrependimento, de acordo com o uso que dele faças.
Torna-te, desse modo, um realizador incansável.
Quando procurado, ajuda, orienta, sem enfado, e, quando não sejas solicitado, esparze o esclarecimento como semeador que atira pólen e sementes por onde passa e onde se encontra, consciente dos resultados abençoados que advirão mais tarde.
Não te imponhas, porém, transpondo a linha do equilíbrio que estabelece o respeito às demais criaturas e suas crenças. Todavia, por motivo nenhum, se te faças omisso.
Canta com o verbo e o coração, a mente e a ação, o teu hino cristão de amor e luz, tornando-te ouvido, assim despertando os que jazem no letargo da acomodação ou anestesiados pelos vapores tóxicos da ignorância.

Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo P. Franco - Seara do Bem

28 de outubro de 2008

Sementes de Felicidade

Mentalize uma saúde abundante e completa penetrando no seu corpo... Fique em calma... Tranqüilo, vá pensando e recebendo a energia da saúde que invade o seu corpo dos cabelos aos dedos dos pés. Sinta que até a menor célula está sendo vivificada pelas vibrações da saúde. A sua saúde é sensível e depende de você.

“Partes de mensagens do livro Sementes de Felicidade - Lourival Lopes"

Lições de Vida

A CRIANÇA que vive com o ridículo
aprende a ser tímida.
A CRIANÇA que vive com crítica
aprende a condenar.
A CRIANÇA que vive com suspeita
aprende a ser falsa.
A CRIANÇA que vive com antagonismo
aprende a ser hostil.
A CRIANÇA que vive com afeição
aprende a amar.
A CRIANÇA que vive com estimulo
aprende a confiar.
A CRIANÇA que vive com a verdade
aprende a ser justa.
A CRIANÇA que vive com o elogio
aprende a dar valor.
A CRIANÇA que vive com generosidade
aprende a repartir.
A CRIANÇA que vive com o saber
aprende a conhecer.
A CRIANÇA que vive com paciência
aprende a tolerância.
A CRIANÇA que vive com a felicidade
conhecerá o amor e a beleza.

Joanna de Ângelis/Divaldo Franco, Episódios Diários

14 de outubro de 2008

Oração dos Pretos Velhos

"Senhor, Nosso Pai, que sois o Poder, a Bondade, a Misericórdia, olhai por aqueles que acreditam em Vós e esperam por vossa bondade, poder e misericórdia. Dá Pai, aos que vacilam ao Vosso Poder, na Vossa Misericórdia e Bondade, a clareza de pensamento e abri-lhes, Senhor, os olhos para que pratiquem sempre o bem, a caridade para com os outros dentro da humildade de Vossa Sabedoria, reconhecendo assim a Vossa Existência, Poder e Misericórdia, bem assim, o Vosso Reino. Senhor, perdoa aqueles que a escuridão ainda não deixou ver os erros cometidos na sua passagem terrena. Dá, Senhor, a eles que sofrem a luz de Seu imenso Amor e da Sua Sabedoria. Que a Sua Luz nos ilumine neste mundo e em outros que ainda desconhecemos, e em todos os lugares por onde passarmos nos proteja. Oh! Meu Pai Santíssimo! A nós pecadores, aceita o nosso arrependimento dos erros que temos cometido. Pai, pela sua sagrada bondade e paixão, consenti que caminhe até vós pelo caminho da perfeição. Dá Senhor, orientação perfeita no caminho da virtude, único caminho pelo qual devemos trilhar. Misericórdia aos nossos inimigos. Perdão a todos os nossos erros, e que Vossa Bondade não nos falte hoje e sempre... Amém".

Enquanto...


Busque agir para o bem, enquanto você dispõe de tempo. É perigoso guardar uma cabeça cheia de sonhos, com as mãos desocupadas.

Acenda sua lâmpada, enquanto há claridade em torno de seus passos. Viajor algum fugirá às surpresas da noite.

Ajude o próximo, enquanto as possibilidades permanecem de seu lado. Chegará o momento em que você não prescindirá do auxílio dele.

Utilize o corpo físico para recolher as bênçãos da vida Mais Alta, enquanto suas peças se ajustam harmoniosamente. O vaso que reteve essências sublimes ainda espalha perfume, depois de abandonado.

Dê suas lições sensatamente, na escola da vida, enquanto o livro das provas repousa em suas mãos. Aprender é uma bênção e há milhares de irmãos, não longe de você, aguardando uma bolsa de estudos na reencarnação.

Acerte suas contas com o vizinho, enquanto a hora é favorável. Amanhã, todos os quadros podem surgir transformados.

Ninguém deve ser o profeta da morte e nem imitar a coruja agourenta. Mas, enquanto você guardar oportunidade de amealhar recursos superiores para a vida espiritual, aumente os seus valores próprios e organize tesouros da alma, convicto de que sua viagem para outro gênero de existência é inevitável.


Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Agenda Cristã. Ditado pelo Espírito André Luiz. Edição de Bolso. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1999.

O Olhar de Jesus


Apesar de estar acostumado à rudez que a profissão obrigava, o comandante de uma das tropas que compunham o exercito, cuja meta principal era perseguir os seguidores daquele homem que se dizia o “Filho do Altíssimo”, já se cansava daquela vida. A idade lhe roubava as forças, e, diante de tantos relatos dos milagres no meio do povo, já não sabia se aquilo lhe instigava mais ódio, motivando-o a continuar com a perseguição, ou se algo naquele homem misterioso mexia com sua alma endurecida.
Seus sonhos eram perturbados constantemente pela presença daquele homem quem nem conhecia e de quem só ouvira falar. Perturbado, acordou naquela manhã decidido a invadir o local onde se reuniram, no final do dia, o homem e seus seguidores.
Chegando com sua tropa próximo ao local, pôde ver que muitos aleijados, mulheres e crianças, além de homens simples, encaminhavam-se para a beira do lago. A euforia tomava conta de seus rostos e nem a presença da tropa armada os influenciava a retornar ou parar. O comandante, à medida que se aproximava, foi sentindo taquicardia e pensou estar beirando a morte. Também por isso avançou mais decidido ainda, pois, se morresse naquele instante, pelo menos teria cumprido o ato heróico de primeiro entregar aquele homem, que considerava fora-da-lei, aos seus superiores.
As pessoas pareciam ignorar a presença dos soldados, e, atentas, ouviam Jesus falar sobre um reino onde a justiça existia e o amor imperava. Abrindo caminho entre a multidão e a poucos metros de Jesus, o comandante abriu a boca para dar voz de prisão, mas nada pronunciou, pois suas mandíbulas travaram, e, quando o homem a quem perseguia levantou os olhos de encontro aos seus, ele cegou. Aquele olhar se direcionou a ele como uma luz tão intensa que seus olhos escureceram e ele tombou do cavalo, sendo socorrido por seus soldados.
Não foram só seus olhos que receberam a luz daquele homem. Em choro convulsivo, ele drenava do peito a culpa e ordenava ao seu exército que se retirasse dali. A dor que sentia não era em seus olhos, mas em seu coração. Aquele olhar o havia cegado para o mundo físico e aberto sua visão interior, em que a escuridão invadia, já por toda uma vida.
Desnorteado, desligou-se do exército e se recolheu a uma caverna, vivendo a pão e água. Apesar de sua rigidez, era muito estimado por vários de seus soldados, principalmente por um a quem confiava suas ordens mais secretas. Este, vendo seu comandante, até então homem forte, decidido, quase imbatível, jogado como um mendigo sem poder enxergar, desesperou-se e, em ato solidário, furou seus olhos, cegando-se também.
O Mestre Jesus não havia cegado com seu olhar amoroso. Lançou a ele um olhar de compaixão, acionando suas trevas interiores que, pela rudeza e incapacidade de entendimento, traduziu-se como cegueira. Na verdade, muitos de nós ainda hoje preferimos fechar os olhos para a Luz, se esta nos pedir qualquer transformação interior. É mais fácil cegar do que enxergar a verdade, e, por isso, permanecemos perambulando nas trevas de nossas ignorâncias, quando nos bastava abrir as portas do coração.
- Esta é a história desses dois homens que há pouco estavam ajoelhados diante da preta velha, meu cambono. Hoje pai e filho; outrora o comandante e seu solidário soldado. A cegueira da época transformou a perseguição ao Mestre Jesus na fé inabalável que hoje têm pela figura do Cristo. Porém, ainda estão latentes as culpas que carrega dentro de seu inconsciente por ter se acordado diante da inusitada oportunidade que teve de se tornar um seguidor de Jesus. Mostrando toda a sua misseira inteiro, preferiu se enclausurar e abandonar a vida, levando consigo aquele moço que furou os próprios olhos para demonstrar solidariedade a ele. O gesto do rapaz o desesperou mais ainda, pois, diante daquilo, teve a certeza de que até sua amizade fazia mal às pessoas.
Por ora, suas ressonâncias negativas foram acionadas dramaticamente pelos últimos acontecimentos. O rapaz, hoje seu filho, apresenta problema sério de visão, diagnosticado como trombose do fundo do olho, tendo que se submeter a uma cirurgia, sem contar as dores constantes que vem sofrendo.
- Minha preta, mas se passaram mais de dois mil anos e ainda esses filhos trazem as marcas dos erros cometidos naquela época??
- Tudo fica gravado na tela holográfica universal, para que nada se perca aos olhos da Lei. Não importa, quantos séculos se passaram ou quantas encarnações já vivenciaram, aquilo que ainda marca o corpo energético dos filhos está pedindo resgate. Só o corpo físico nos possibilita a frenagem e limpeza do espírito, por isso, cambono, é preciso ter o máximo respeito e cuidado com ele. No universo nada dá saltos, e ainda existe o respeito absoluto pelo livre-arbítrio. Quem sabe quantas oportunidades se fizeram nesse intervalo de tempo para que tudo já estivesse resolvido? Ter as oportunidades é uma coisa, aproveitá-las e outra. A pressa em evoluir é individual, pois o tempo de Deus é a eternidade. Quanto a nós, temos pressa, mas, a passo lento e desse jeito, perdemos valiosas oportunidades. Mas, como diz negro velho: “é no andar da carroça que as abóboras se acomodam”. Tudo a seu tempo, cambono. Tudo a seu tempo!


Causos de Umbanda, Vovó Benta (psicografado por Leni W. Saviscki). Páginas 157 – 159

29 de setembro de 2008


Teste simples e rápido. Descubra um pouco sobre si através das cores. Ótimo teste para refletir sobre aquilo que nosso eu interior está dizendo para nosso eu exterior.

28 de setembro de 2008

Grito do Passado


“Não basta que os lábios gotejem leite e mel, pois se o coração nada tem com isso há hipocrisia.”

A confusão mental gerada pelas ressonâncias do passado, latentes de culpas que brotavam de seu inconsciente, estava-na perturbando de tal maneira que já se tornava difícil um sono tranqüilo. A princípio tomou remédios, pensando tratar-se de uma depressão. Depois a fé a levara para buscar na oração um alento. De igreja em igreja, de novena em novena, o alento era lento demais e o sofrimento, insuportável. Quando sua capacidade mental já não suportava mais e o desequilíbrio tomava conta, Deus sorriu e mandou que um anjo a conduzisse, talvez para o lugar mais humilde por onde andara até então. A convite de uma amiga, foi até um terreiro de umbanda em um bairro distante do centro da cidade. Situado nos fundos de uma construção simples, o local, além de apertadinho, era pobre demais.
Seu estado depressivo era tão grande que, ao ouvir o ponto cantado de abertura, as lágrimas começaram a escorrer pela face, levando-a logo a soluçar sem controle nenhum. Acalmada por um cambono, logo que iniciaram as incorporações, foi levada ao atendimento de um preto velho. Sentando-se em frente ao médium incorporado, sentindo em seu corpo etérico as vibrações emanadas da entidade, a emoção voltou e o choro recomeçou. O carinho com que se lhe seguravam as mãos, as palavras simples, mas carregadas de amor do preto velho, aguçadas pelo cheiro da erva verde macerada, agiam como verdadeira comporta que se abria dentro de seu coração, liberando todas as emoções.
- Deságua toda essa tristeza, zi fia. Deixa que o nego veio leve s’imbora essa dor e alivie o peito de zi fia. Esse nego veio sabe que zi fia chora porque tem uma culpa que nem sabe de que...
- Isso mesmo... sinto culpa e tristeza e tenho pesadelos terríveis quando consigo dormir.
- E com que zi fia sonha?
- O sonho se repete. Vejo crianças dentro de um lago lamacento e, quando tento tirá-las de lá, me puxam e eu acordo sufocada, como se estivesse morrendo afogada.
Nesse instante, no ambiente astral do terreiro que, diferentemente do físico, era grande, organizado e onde um grande número de trabalhadores espirituais auxiliavam o trabalho dos médiuns encarnados, já era mostrada para o preto velho a história triste de um passado remoto, onde aquela mulher atuara como uma avó relapsa. Dama requintada de uma sociedade rica da época e mãe de uma linda moça que criara com todos os mimos, viu-se na situação em que a filha, apaixonada e inexperiente, engravidava de um moço pobre. Escondendo até onde pôde a gravidez, ao ser descoberta foi providenciada para mão e filha uma longa vviagem, até que nascesse a criança. Assim que o parto se efetivou, às escondidas da filha mandou que jogassem a criança num lago próximo à cidade, amarrada a uma pedra, para que nunca fosse descoberta. Para a filha, mentiu que a criança nascera morta e, assim, a vida da rica dama continuou, sempre fingindo que era feliz.
Agora, nessa encarnação, desencadeou um processo culposo a partir do nascimento da primeira neta. Retornava outra vez o mesmo espírito que fora jogado no lago, e, ao depara r com aqueles olhinhos azuis a fitá-la no berço, acordou em seu inconsciente o que apenas dormia, apesar dos séculos.
Durante o sono, essa culpa estampava-se em seu corpo emocional e, na tentativa de desfazer o mal do passado, dirigia-se ao mesmo lago e lá tentava resgatar o corpo da neta assassinada. Toda essa desordem era fomentada pela presença de espíritos obsessores que vibravam na mesma energia e se compraziam em vê-la sofrer, atiçando assim sua culpa.
O preto velho Pai Antonio, ao observar o quadro que se desenrolara no passado daquela mulher, acionou por seu comando entidades que realizam uma limpeza em seu campo magnético, impregnado de larvas e de fluídos energéticos densos, semelhantes a uma lama negra. Enquanto isso, um guardião da linha dos exus seguia por um cordão que saía de seu corpo espiritual até um lago lamacento, que na verdade era uma criação mental acionada por sua culpa e que estava plasmado no plano astral denso, formando um bolsão onde habitavam outros espíritos deformados, de criaturas humanas que haviam sido mortas e atiradas na água para terem seus corpos escondidos e que sugavam sua energia através daquele cordão energético. Pela atuação de falangeiros de Ogum, foi providenciado o socorro daqueles seres e eliminado o local pela transmutação das energias.
- Zi fia sabe que precisa ter fé em Deus e fazer suas rezas antes de dormir, pedindo proteção para seu sono. Nego veio não tem as palavras bonitas, mas vai explicar para a filha que seu espírito viaja enquanto seu corpo físico dorme no leito e é preciso preparar essa viagem. Com o pensamento elevado, a filha precisa pedir ajuda aos seus protetores, como também precisa aprender a se perdoar pelos seus erros do passado. O perdão a nós mesmos e aos outros pelas faltas cometidas não é aquele da boca para fora, mas sim o arrependimento e o verdadeiro sentimento de humildade e entendimento de que todos ainda somos seres falíveis. É fazer do erro, do outro e dos nossos, um aprendizado com o objetivo firme de evoluir. Carregar culpas é como andar juntando pedras no caminho e carregá-las nas costas. Vai chegar um momento em que teremos que parar, pois o peso vai se tornando insuportável. A borracha que apaga as culpas do passado se chama caridade. Se matamos, vamos agora incentivar a vida, vamos socorrer, curar. Se roubamos, vamos agora trabalhar dobrado e incentivar o progresso e a justiça. Se magiamos para o mal, agora é hora de magiar através do amor e transformar em luz aquilo que nossas mãos escureceram. Pense nisso, filha e, antes que volte na próxima lua, nego veio pede que vá até uma cachoeira, acende uma vela em cima de uma pedra e lá tome um banho de corpo inteiro, pedindo que se limpem essas energias que estão interferindo no seu sono.
Pai Antonio sabia que a ordem do banho de cachoeira tinha um sentindo muito maior do que uma limpeza. Na cachoeira, um dos centros de força da natureza, encontraria aquilo que no nível energético já se fazia, ali no terreiro. No encontro de seu corpo físico com os elementos da água, dos minerais, do vegetal da terra, do ar, do éter e do fogo estaria repondo as energias perdidas no processo obsessivo sofrido. Além disso, seriam despolarizados de seu mental os quadros culposos através da vibratória de Xangô, que regia sua coroa e que, por estar atuando dentro de seu ponto de forças, alcançaria maior êxito. Além disso, Mamãe Oxum, derramando sobre ela suas águas doces, imantaria seu coração com amor, para que pudesse, no presente, alimentar somente esse sentimento pela neta que voltava ao seu convívio.
Ao sair do terreiro, a mulher sentia-se renovada. Seu coração já não estava apertado e dolorido e, ao beijar as mãos do médium que dava passagem ao Pai Antonio, de seus lábios saíram luzes azuladas que se espalharam pelo ambiente, provando que não há mal impossível de ser desfeito quando o que atua é a energia do amor.
Amor que se faz presente nos lugares mais simples, através da presença de um mensageiro das mais altas hierarquias celestes, travestido de um humilde preto velho que, independentemente da crença dos humanos, desce ao plano terreno e, pitando um cachimbo, realiza a profilaxia necessária à manutenção da ordem na vida dos seres; manipulando uma erva cheirosa, a transforma em verdadeiro medicamento que, atuando na coesão molecular, transmuta e cura. Riscando ou cantando pontos, movimenta falange que, sem tempo ou distância que os atrapalhe, desmantelam verdadeiros exércitos atuantes das trevas, desfazem magias e colocam de volta os seres no caminho da evolução.
Meu pito ta apagado
Minha marafa acabou
Vou trabalhar p´ra suncê
Porque sou trabalhado...

Causo de Umbanda Vol. 2 – Vovó Benta (psicografado por Leni W. Saviscki) Página 47 até 51

26 de setembro de 2008

Mensagem da Federação de Luz

Assista o vídeo sem pré-conceitos.
Abra sua mente para o infinito.
Não pense em nada, a não ser na mensagem.
Tenha Fé e Amor no coração!



17 de setembro de 2008

O Amor Infinito de Deus

Olhe a sua volta e veja as obras do Criador.
Mas não lance um olhar de quem já está acostumado com a paisagem. Observe os detalhes. As folhas de uma mesma árvore não são iguais entre si.
Observe as tonalidades diferentes, a profusão de cores e formas. Veja a perfeição.
Observe as pedreiras, as matas, os rios, o mar... Sinta o vento, as vezes brisa, espalhando as sementes, refrescando... Sinta o ar entrando em seus pulmões.
Respire lentamente. Ouça os pássaros...
Agora olhe para dentro de si e perceba os detalhes que existem em você que foram criação de Deus.
Não as suas roupas... mas sua perfeição. Observe o quanto você tem se degradado, tanto quanto tem degradado a natureza.
Tudo criado por Deus é perfeito! Veja sua própria perfeição.
Continue respirando lentamente e perceba o quanto cada um de nós faz parte de Sua obra.
Estes foram exemplos físicos e visíveis da Criação...
Agora esvazie a mente! Apenas sinta! Visualize-se em um lugar que para você é seu refúgio pessoal, seu altar, seu templo pessoal.
Sinta o Amor de Deus! Perceba o quão infinito Ele é!
Perceba que embora erremos tanto, degradamos tanto a nós mesmos, ainda assim somos capazes de sentir o Seu Amor! Isso porque esse Amor é mais forte que tudo. Está acima de todas as convecções humanas. É o poder do Criador.
Receba as bênçãos de Deus!
Ele as dá todos os dias e todas as horas.
Não se feche! Receba-as e fortaleça-se!
Perceba o quão forte você é, pois você tem Deus dentro de si!
Foi essa Força, a Força desse Amor, que fez o Mestre Jesus superar todas as dores impostas pelo mundo!
Você também tem essa Força, basta usá-la e para isso basta senti-La, buscá-La!
Olhe para o seu irmão com amor!
Quanto mais amar mais terá a Força de Deus dentro de você, pois o Amor de Deus é infinito!


Cabloco Pery – um filho de Deus como você
23 de março de 2006
Médium Iassan Pery – dirigente do Centro Espiritualista Caboclo Pery – CECP

14 de setembro de 2008

Agacha as costas e trabalha



“Sede pacientes; a paciência é também uma caridade e deveis praticar ensinada pelo Cristo, enviado de Deus.”

- Saravá, zi fio. Por que tanto desânimo?
- Minha mãe, estou tentando servir na caridade, mas sempre aparece alguém com falsidade, cheio de intenções dissimuladas. Tentem semear o inço da discórdia e fico desanimado. Outros dizem que eu “não vou salvar o mundo”, que é perda de tempo ficar tentando ajudar um ou dois quando o planeta está perdido pela maldade e pelas desgraças humanas.
- Meu filho, não queiras ser um holofote que do alto brilha e ilumina distâncias e amplos lugares. Contenta-te em ser uma vela que, postada no chão, serve de rumo na escuridão e, até que dure sua cera, brilha e clareia. Uma simples vela que serve de canal para a oração de quem tem fé ou de lâmpada para o casebre do humilde. Se ainda não conseguires ser essa lamparina, busca ser apenas um vaga-lume no meio do pântano, mas não deixa sua luz apagar, zi fio. Não existe e não queremos perfeição nesta terra dos homens. Brilha, mesmo parcamente, mas continuamente. Há de sempre haver quem precisa de um pontinho na escuridão para retornar seu rumo. Sê luz para as almas perdidas, sem ofuscar os olhos de quem necessita do seu coraçãozinho machucado, para que possam sentir e ver que também possuem sua própria luz. Lembra-te de Nosso Senhor Jesus Cristo que, podendo brilhar no céu como a mais linda estrela, preferiu descer à Terra e deixar aqui outros pontos de luz que iluminam o mundo, em especial o nosso Cruzeiro do Sul, que já serve de referência nos céus do planeta. Acima de tudo, quando vier a chuva de pedras, agacha mais e mais suas costas doloridas e trabalha. Olhando o chão de poderás enxergar nele o brilho das estrelas refletido no suor da caridade, e teu espírito então se exaltará e qual holofote brilhará, sem ter subido ao alto. Assim, mantendo-se curvado para auxiliar o próximo, teus olhos não enxergarão nem o sorriso malicioso, nem o olhar maledicente, e teus ouvidos ocupados em ouvir o que vem do Alto não escutarão as palavras maldosas daqueles que ainda rastejam nas sua própria lama.
Minha bênção.


Causos de Umbanda Vol.2 – Vovó Benta (psicografado por Leni W. Saviscki); páginas 148 e 149

A REFORMA ÍNTIMA - Joanna de Ângelis



Quanto puderes, posterga a prática do mal até o momento que possas vencer essa força doentia que te empurra para o abismo.
Provocado pela perversidade, que campeia a solta, age em silêncio, mediante a oração que te resguarda na tranqüilidade.
Espicaçado pelos desejos inferiores, que grassam, estimulados pela onda crescente do erotismo e da vulgaridade, gasta as tuas energias excedentes na atividade fraternal.
Empurrado para o campeonato da competição, na área da violência, estuga o passo e reflexiona, assumindo a postura da resistência passiva.
Desconsiderado nos anseios nobres do teu sentimento, cultiva a paciência e aguarda a bênção do tempo que tudo vence.
Acoimado pela injustiça ou sitiado pela calúnia, prossegue no compromisso abraçado, sem desânimo, confiando no valor do bem.
Aturdido pela compulsão do desforço cruel, considera o teu agressor como infeliz amigo que se compraz na perturbação.
Desestimulando no lar, e sensibilizado por outros afetos, renova a paisagem familiar e tenta salvar a construção moral doméstica abalada.
É muito fácil desistir do esforço nobre, comprazer-se por um momento, tornar-se igual aos demais, nas suas manifestações inferiores. Todavia, os estímulos e gozos de hoje, no campo das paixões desgovernadas, caracterizam-se pelo sabor dos temperos que se convertem em ácido e fel, a requeimarem por dentro, passados os primeiros momentos.
Ninguém foge aos desafios da vida, que são técnicas de avaliação moral para os candidatos à felicidade.
O homem revela sabedoria e prudência, no momento do exame, quando está convidado à demonstração das conquistas realizadas.
Parentes difíceis, amigos ingratos, companheiros inescrupulosos, co-idealistas insensíveis, conhecidos descuidados, não são acontecimentos fortuitos, no teu episódio reencarnacionista.
Cada um se movimenta, no mundo, no campo onde as possibilidades melhores estão colocadas para o seu crescimento. Nem sempre se recebe o que se merece. Antes, são propiciados os recursos para mais amplas e graves conquistas, que darão resultados mais valiosos.
Assim, aprende a controlar as tuas más inclinações e adia o teu momento infeliz.
Lograrás vencer a violência interior que te propele para o mal, se perseverares na luta.
Sempre que surja oportunidade, faze o bem, por mais insignificante que te pareça. Gera o momento de ser útil e aproveita-o.
Não aguardes pelas realizações retumbantes, nem te detenhas esperando as horas de glorificação.
Para quem está honestamente interessado na reforma íntima, cada instante lhe faculta conquistas que investe no futuro, lapidando-se e melhorando-se sem cansaço.
Toda ascensão exige esforço, adaptação e sacrifício.
Toda queda resulta em prejuízo, desencanto e recomeço.
Trabalha-te interiormente, vencendo limite e obstáculo, não considerando os terrenos vencidos, porém, fitando as paisagens ainda a percorrer.
A tua reforma íntima te concederá a paz por que anelas e a felicidade que desejas.


Psicografia de Divaldo P. Franco - Vigilância

AQUISIÇÃO DA CONSCIÊNCIA - Joanna de Ângelis


O momento da conscientização isto é, o instante a partir do qual consegues discernir com acerto, usando como parâmetro o equilíbrio, alcanças o ponto elevado na condição de ser humano.
Efeito natural do processo evolutivo, essa conquista te permitirá avaliar fatores profundos como o bem e o mal, o certo e o errado, e o dever e a irresponsabilidade, a honra e o desar, o nobre e o vulgar, o lícito e o irregular, a liberdade e a libertinagem.
Trabalhando dados não palpáveis, saberás selecionar os fenômenos existenciais e as ocorrências, tornando tuas diretrizes de segurança aquelas que proporcionam bem-estar, harmonia, progresso moral, tranqüilidade.
Essa consciência não é de natureza intelectual, atividade dos mecanismos cerebrais. É a força que os propele, porque nascida nas experiências evolutivas, a exteriorizar-se em forma de ações.
Encontramo-la em pessoas incultas intelectualmente, e ausente em outras, portadoras de conhecimentos acadêmicos.
Se analisarmos a conduta de uma especialista em problemas respiratórios, que conhece intelectualmente os danos provocados pelo tabagismo, pelo alcoolismo e por outras drogas adictivas, e que, apesar disso, usa, ele próprio, qualquer um desses flagelos, eis que ainda não logrou a conquista da consciência. Os seus dados culturais são frágeis de tal forma, que não dispões de valor para fomentar uma conduta saudável.
Por extensão, a pessoa que se permite o crime do aborto, sob falsos argumentos legais ou de direitos que se faculta, assim como todos aqueles que o estimulam ou o executam, incidem na mesma ausência de consciência, comportando-se sob a ação do instinto e, às vezes, da astúcia, da acomodação, mascarados de inteligência.
Outros indivíduos, não obstante sem conhecimento intelectual, possuem lucidez para agir diante dos desafios da existência, elegendo o comportamento não agressivo e digno, mesmo que a contributo de sacrifício.
A consciência pode ser treinada mediante o exercício dos valores morais elevados, que objetivam o bem do próximo, por conseqüência, e próprio bem.
O esforço para adquirir hábitos saudáveis conduz à conscientização dos deveres e às responsabilidades pertinentes à vida.
Herdeiro de si mesmo, das experiências transatas, o ser evolui por etapas, adquirindo novos recursos, corrigindo erros anteriores, somando conquistas.
Jamais retrocede nesse processo, mesmo quando, aparentemente, reencarna dentro das paredes de enfermidade limitadora, que bloqueiam o corpo, a mente ou a emoção, gerando tormentos.
Os logros evolutivos permanecem adormecidos para futuros cometimentos, quando assomarão, lúcidos.
A aquisição da consciência é desafio da vida é o autoconhecimento, que merece exame, consideração e trabalho.
A tua existência terrena pode ser considerada uma empresa que deves dirigir de forma segura, a mais cuidadosa possível.
Terás que trabalhar dados concretos e outros mais abstratos, na área da programação de atividades, e fim de conseguires êxito. Todo emprenho e devotamento se transformarão em mecanismos de lucro, a que sempre poderás recorrer durante as situações difíceis.
Algumas breves regras ajudar-te-ão no desempenho do empreendimento, tais:
. administra os teus conflitos. O conflito psicológico é inerente à natureza humana e todos o sofrem;
. evita eleger homens-modelos para seguires. eles também são vulneráveis às injunções que experimentas, e, às vezes, comprometem-se, o que, de maneira alguma deve constituir desestímulo;
. concede-te maior dose de confiança nos teus valores, honrando-te com o esforço para melhorar sempre e sem desânimo. Se erras, repete a ação, e se acertas, segue adiante;
. não te evadas ao enfrentamento de problemas usando expedientes falsos, comprometedores, que te surpreenderão mais tarde com dependências infelizes;
. reage à depressão, trabalhando sem autopiedade nem acomodação preguiçosa;
. tem em mente que os teus não são os piores problemas, eles pesam o volume que lhes emprestas;
. libera-te da queixa pessimista e medita mais nas fórmulas para perseverar e produzir;
. nunca cedas espaço à hora vazia, que se preenche de tédio, mal-estar ou perturbação;
. o que faças, faze-o bem, com dedicação;
. lembra-te que és humano e o processo de conscientização é lento, que adquirirás segurança e lucidez através da ação contínua.
Interessado em decifrar os enigmas do comportamento humano, Allan Kardec indagou aos Benfeitores e Guias da Humanidade, conforme se lê em O Livro dos Espíritos, na questão número 621:
- Onde está escrita a lei de Deus?
- Na consciência. - Responderam com sabedoria.
A consciência é o estágio elevado que deves adquirir, a fim de seguires no rumo da angelitude.


Psicografia de Divaldo P. Franco - Momentos de Consciência

11 de setembro de 2008

À Procura de uma Resposta


À procura de uma resposta ela lá havia passado por vários lugares e, por isso, já havia pagado muito caro. Jovem e bonita, não conseguia entender por que seu coração estava sempre tão triste, a ponto de, mesmo sem perceber, suspirar constantemente como para expelir a tristeza que habitava seu peito. Invejava as amigas que conseguiam se apaixonar facilmente, namorar e viver as coisas normais da idade.
Com ela era diferente, pois nenhum rapaz conseguia despertar sua atenção, mesmo com todos os assédios. Criada em uma família com princípios rígidos, sempre priorizando a moral, como que por castigo seu coração disparava justamente por alguém proibido. Já o conhecia a bastante tempo e sempre procurou fugir de seu olhar, mesmo sem saber o porquê. Porém bastou um esbarrão acidental na rua, tendo sido obrigada a ficar frente a frente com ele, sentindo o calor de suas mãos segurando-a para não cair, para que acontecesse o que temia. Naquele momento foi como se uma grande comporta se abrisse dentro dela, cujas águas invadiram com violência todo o seu ser, desmontando todas as barreiras existentes.
Ele, da mesma forma, enrubesceu e aproveitou para iniciar o diálogo tão esperado. Foi inevitável o primeiro telefonema, assim como todos outros que se seguiram. Sentido-se prostituída pelos sentimentos que tentava ocultar, não fugiu de um encontro que mais parecia um reencontro, mesmo dilacerada pelo remorso. Por que ele? Por que aquele sentimento incontrolável, tão bonito, mas tão perigoso? Sofria e era feliz ao mesmo tempo. Por vezes, buscava-o em pensamento e chegava a sentir seu cheiro; outras vezes, expulsava-o de seu coração, impondo-lhe todos os defeitos possíveis, que em seguida se diluíam, ficando somente a lembrança de seu sorriso. Devia ser praga da madrinha uma coisa dessas!
Já vinha freqüentando aquele centro de umbanda fazia bastante tempo, pois sentia seriedade naquelas pessoas de quem recebia um passe reconfortante. Nada perguntava, por vergonha de contar a história. Como gostaria que aquela preta velha tão amorosa pudesse adivinhar o que tinha no coração e na cabeça para responder às suas indagações; queria tanto que lhe desse uma luz! Esperando pela vez do atendimento, cerrou os olhos e orou aos sagrados Orixás para que pudessem ajudá-la a tirar aquele sentimento do coração.
Quando se ajoelhou em frente à preta velha, entregando suas mãos entre as dela, sentiu que o coração disparava, e a vontade de chorar ficou mais forte.
- Isso, zi fia, faz o chorado, limpa o batedor.
“Lá no cruzeiro das almas...
Eu vi preto velho rezar
Mas era ele, preto velho de umbanda
Veio de longe pra rezar patuá...”
Enquanto a preta velha cantava e a benzia com seu galho de arruda, ela deixou que a catarse explodisse aliviando seu peito angustiado.
- Zi fia ta agoniada demais.
- Estou desesperada, minha mãe. Onde estão as respostas que procuro?
- Eh, eh, nega veia vai contar uma história. Zi fia presta atenção:
“Num país distante daqui existia uma linda moça, de beleza estonteante, cujos olhos verdes enfeitavam ainda mais seu rosto moreno e delicado. Os longos cabelos negros lhe caíam além dos ombros, destacando sua figura frágil e delicada. Era a ‘moça’ mais requisitada naquele cabaré, mas também a mais protegida pela cafetina, que a usava como isca para atrair fregueses, que, logo depois, eram encaminhados às outras mulheres. Muitos deles enlouqueciam, apaixonando-se ardentemente. Viajantes que ali passavam logo voltavam, tentando levar consigo aquela pérola, oferecendo grandes quantias, todas rejeitadas. Aquela moça parecia isenta de sentimentos. Como não tinha mais família, ali se acomodou, divertindo-se com os constantes assédios. Até o dia em que, durante uma dança, seu olhar buscou a porta da casa como se tivesse sido chamada. Lá estava aquele homem muito elegante, de olhos e cabelos amendoados, cujo olhar penetrou direto em seu coração, fazendo-a estremecer. Naquele mesmo dia, enlouquecidos um pelo outro como se já esperassem por aquilo, fugiram daquele lugar. Não era apenas o encanto de uma paixão. Seus corações já se conheciam e se buscavam. Mesmo escondido, viveram dias de encanto e felicidade, esquecendo-se do mundo, pois descobriram que se bastavam. Tudo transcorria tranqüilamente até que um acidente com uma carroça no despenhadeiro tirou a vida da moça. Enlouquecido, ele a chamava dia e noite, não aceitando que a morte tivesse levado a vida que a pouco encontrara naquele amor tão bonito. Do outro lado o quadro não era diferente. Sentindo-se viva, ela tentava consolá-lo a todo custo, sem sucesso. Foram meses de tormento, e, quando ele estava sentindo que enlouqueceria, fraco e deprimido, buscou, perto dali, no meio da mata, uma xamã que se dizia curador e feiticeiro. Ele já o esperava e, após seus rituais, deu-lhe uma beberagem para que se acalmasse e adoramecesse um pouco, enquanto chamava o espírito da moça que estava com ele, em total desequilíbrio. Fazendo-a perceber se real estado fora da matéria, mostrou-lhe a luz, entregando seu espíriyo aos amigos protetores. Emvora renitente em desapegar-se do homem amado, consentiu após a promessa de que haveriam de econtrar-se novamente, em tantas outras vidas, pois aquele amor era de almas, e o tempo não apagaria o sentimento. Assim está seendo e assim será ainda por muitas vidas.Apenas esbarrões, relembrando que a promessa se cumpre e continuam perto um do outro. Talvfez muito pouco ainda para que sauas almas possam matar a sede, mas até que possam se cumprir tarefas trasadas, os corpos estão impedidos de se unir. Naquele tempo ele abandonou família para fugir com a moça, que, embriagada por tamanha felicidade, ignorou que outra mulher e filhos pequenos padeciam a falta, respectivamente, do marrido e pai.hoje, ele termina de cumprir a tarefa abandonada, e a filha precisa amargar a dor de não poder tê-lo, embora tenha o livre-arbítrio para escolher novamente desfazer um lar, priorizando a sua felicidade. Porém, preta velha aconselha: ‘Dívida repetida tem juros dobrados’. O que é uma encarnação diante da eternidade? Um piscar de olhos para Deus. Guarde este amor e faça ele bonito. Por que temos que aprisionar ou ter entre os dedos tudo o que amamos? Deixa o aprendizado gravar o que é necessário em seu espírito para que na hora em que a fruta estiver madura possa ser colhida inteira e saudável. Não queira arrancar de seu peito o que nele foi gravado pelo Criador. Apenas aprenda a cuidar disso com zelo, com a maestria que só possuem aqueles que realmente amam. Siga, filha, siga o seu caminho, e canalize esse sentimento a tantos outros que, por nunca tê-lo conhecido, tornaram-se amargos e prisioneiros de rancores. Não se condene mais por carregar algo tão valioso consigo, apenas aquiete-se e compreenda.”
Secando as lágrimas e de seu coração aliviado, ela rezou com a bondosa preta velha, pedindo proteção ao homem amado, para que ele pudesse cumprir, dessa vez, seu compromisso.
Olhares inevitáveis ainda se cruzavam e aceleravam se coração, mas agora não traziam mais a angústia costumeira. Havia um fio de esperança num futuro que a Deus pertencia e que ela tinha certeza de existir, mesmo que fosse além esta vida.


Livro: Causos de Umbanda - Vovó (psicografado por Leni W. Saviscki); página 66-68

7 de setembro de 2008

DESENVOLVIMENTO DA INTUIÇÃO - Emmanuel



"Faz-se mister, em vossos tempos, que busqueis desenvolver todas as vossas energias espirituais — forças ocultas que aguardam o vosso desejo para que desabrochem plenamente. O homem necessita das suas faculdades intuitivas, através de sucessivos exercícios da mente, a qual, por sua vez, deverá vibrar ao ritmo dos ideais generosos".

Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

ERRO

"Não erreis, não vos enganeis, meus amados irmãos." (Tiago: 1-16)


O salutar conselho do apóstolo Tiago continua muito oportuno e de grande atualidade para os cristãos novos.
Erro - compromisso negativo, amarra ao passado.
Ao erro cometido impõe-se sempre a necessidade de reparação.
Quem conhece Jesus não se pode permitir o desculpismo constante, irresponsável, que domina um sem número de pessoas.
Por toda parte se apresentam os que mentem e traem, enganam e dilapidam, usurpam e negligenciam, exploram e envilecem, aplaudidos uns, homenageados outros, constituindo o perfeito clã dos iludidos em si mesmos. Sem embargo, o mal que fazem ao próximo prejudica-os, porquanto não se furtarão a fazer a paz com a consciência, agora ou depois.
Anestesiados os centros de discernimento e da razão, hoje ou amanhã as conjunturas de que ninguém se consegue eximir impor-lhes-ão reexame de atitudes e de realizações, gerando neles o impositivo de despertamento para as superiores conceituações sobre a vida.
Enquanto se erra, muitas vezes se diz crer na honestidade e valia da ação, como a ocultar-se em ideais ou objetivos que têm aparência elevada e honesta, todavia, todo homem, à exceção dos que transitam nas faixas mais primitivas da evolução ou os que padecem distúrbios psíquicos, tem a noção exata do que lhe constitui bem e mal, do lhe compete, ou não, realizar.
Dormem nos recessos íntimos do ser e despertam no momento próprio as inabordáveis expressões da presença divina, que se transformam em impulsos generosos, sentimentos de amor e fé, aspirações de beleza e ideal nobre que não se podem esmagar ou usar indevidamente sem a correspondente conseqüência, que passa a constituir problemas e dificuldade na economia moral-espiritual do mau usuário.
Refere-se, porém, especificamente o Apóstolo austero do Cristo, aos erros que o homem pratica em relação à concupiscência e à desconsideração para com o santuário das funções genésicas.
O espírito é sempre livre para escolher a melhor forma de evolução.Não fugirá, porém, aos escolhos ou aos alcatifados que lhe apraz colocar pela senda em que jornadeia.
Em razão disso, a advertência merece meditada nos dias em que, diminuindo as expressões de fidelidade e renúncia, se elaboram fórmulas apressadas para as justificativas e as conivências com a falência dos valores morais, que engoda os menos avisados.
Os seus fâmulos crêem-se progressistas e tornam-se concorde para fruírem mais, iludindo-se quanto ao que chamam "evolução da ética".
Não te justifique os erros.
Se possível, evita errar.
Desculpa os caídos e ajuda-os, mas luta por manter-te de pé.
A corroborar com a necessidade imperiosa da preservação moral do aprendiz do Evangelho, adverte Paulo, na sua Primeira Epístola aos Coríntios, conforme se lê no Capítulo dez, versículo doze: "Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe, não caia".
Perfeitamente concorde com a lição de Tiago, os dois ensinamentos são inadiáveis concitamento à resistência contra as tentações.
A tentação representa uma avaliação em torno das conquistas do equilíbrio por parte de quem busca o melhor, na trilha do aperfeiçoamento próprio.
Assim, policia-te, não caindo nem fazendo outrem cair.
Pensamento otimista e sadio, palavra esclarecedora, sem a pimenta da malícia ou da censura e atitudes bem definidas no compromisso superior aceito, ser-te-ão abençoadas forças mentais e escoras morais impedindo-te que erres ou que caias.


Joanna de Ângelis - Divaldo P. Franco - Leis Morais da Vida

JESUS E OBSESSÃO - Emmanuel

Cristãos eminentes, em variadas escolas do Evangelho, asseveram na atualidade que o problema da obsessão teria nascido no culto da mediunidade, à luz da Doutrina Espírita, quando a Doutrina Espírita é o recurso para a supressão do flagelo.
Malham médiuns, fazem sarcasmo, condenam a psicoterapia em favor dos desencarnados sofredores e, por vezes, atinge o disparate de afirmar que a prática medianímica estabelece a loucura.
Esquecem-se, no entanto, de que a vida de Jesus, na Terra, foi uma batalha constante e silenciosa contra obsessões, obsidiados e obsessores.
O combate começa no alvorecer do apostolado divino.
Depois da resplendente consagração na manjedoura, o Mestre encontra o primeiro grande obsidiado na pessoa de Herodes, que decreta a matança de pequeninos, com o objetivo de aniquilá-lo.
Mais tarde, João Batista, o companheiro de eleição que vem ao mundo secundar-lhe a obra sublime, sucumbe degolado, em plena conspiração de agentes da sombra.
Obsessores cruéis não vacilam em procurá-lo, nas orações do deserto, verificando-lhe os valores do sentimento.
A cada passo, surpreende Espíritos infelizes senhoreando médiuns desnorteados.
O testemunho dos apóstolos é sobejamente inequívoco.
Relata Mateus que os obsidiados gerasenos chegavam a ser ferozes; refere-se Marcos ao obsidiado de Cafarnaum, de quem desventurado obsessor se retira clamando contra o Senhor em grandes vozes; narra Lucas o episódio em que Jesus realiza a cura de um jovem lunático, do qual se afasta o perseguidor invisível, logo após arrojar o doente ao chão, em convulsões epileptóides; e reporta-se João a israelitas positivamente obsidiados, que apedrejam o Cristo, sem motivo, na chamada Festa da Dedicação.
Entre os que lhe comungam a estrada, surgem obsessões e psicoses diversas.
Maria de Magdala, que se faria a mensageira da ressurreição, fora vitima de entidades perversas.
Pedro sofria de obsessão periódica.
Judas era enceguecido em obsessão fulminante.
Caifás mostrava-se paranóico.
Pilatos tinha crises de medo.
No dia da crucificação, vemos o Senhor rodeado por obsessões de todos os tipos, a ponto de ser considerado, pela multidão, inferior a Barrabás, malfeitor e obsesso vulgar.
E, por último, como se quisesse deliberadamente legar-nos preciosa lição de caridade para com os alienados mentais, declarados ou não, que enxameiam no mundo, o Divino Amigo prefere partir da Terra na intimidade de dois ladrões, que a ciência de hoje classificaria por cleptomaníacos pertinazes.
À vista disso, ante os escarnecedores de todos os tempos, eduquemos a mediunidade na Doutrina Espírita, porque só a Doutrina Espírita é luz bastante forte, em nome do Senhor, para clarear a razão, quando a mente se transvia, sob o fascínio das trevas.

Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

31 de agosto de 2008

Remédio para as Almas - Bezerra de Menezes



Antigamente, em época não muito remota, o ser humano vivia relativamente pouco. Não havia a bênção do antibiótico, tínhamos que tratar com parcos recursos as enfermidades.
Era, às vezes, o quinino o que mais nós usávamos, e trazia tantas descobertas que para nós eram tão atuais: o carro, o telefone, o telégrafo, tanta coisa importante.
E, no entanto, pensávamos na Medicina, tão pouco adiantada. Hoje, a medicina aí está, avançando a largos passos.
Cada dia, uma descoberta nova e, no entanto a idade média de grande número das pessoas que partem está na faixa de trinta anos., Por que? Acidentes e acidentes, partidas violentas em “overdose”.
O número daqueles que chegam à idade avançada, para nós do plano espiritual, que observamos o mundo de cima, é muito menor do que aqueles que aportam muito antes, por antecipação, por não cumprimento do traçado cármico de suas vidas.
Lamentavelmente, os jovens estão partindo em larga escala para o plano espiritual. Não chegam a atingir a idade madura, pela insensatez, pelos princípios tão inferiores dolorosamente abraçados, pela falta de objetivos cristãos, pela imaturidade, pela viciação. E nós perguntamos:
“Quando será que aprenderão a servir a si mesmos servindo ao próximo?
Quando aprenderão a valorizar a saúde, a bênção da vida, a bênção de ter um corpo perfeito?
Por que tantos têm que ser aprisionados em leitos de deformações físicas pelos acidentes cada vez mais constantes? Por que essa velocidade na estrada?
Por que essa velocidade imensa, buscando a morte”? Fala-se à juventude, mostram-se espetáculos dantescos, diante dos olhos dos jovens desfilam cenas e cenas dolorosas, mas nem assim eles se previnem...
E colônias e colônias são abertas para colher esses farrapos espirituais que, na verdade, foram rapazes e moças belos, cheios de juventude, de inteligência.
Para onde vai caminhando o nosso mundo? Lamentavelmente, nós temos que ver, sentir e prever o pior...
Por isso, meus filhos, aquele que é cristão, o quanto puder divulgue a página esclarecedora, divulgue o livro que é um alimento completo, um banquete de luz, divulgue as palavras sensatas, os exemplos dignificantes, pratique a caridade. Não se deixem cansar pela ociosidade dos outros, porque aquele que está trabalhando encontrará sempre alguém para pedir: “DÊ-me a sua enxada. Deixe eu encostá-la ali para você descansar.” Esses são os que mais devem e são os que menos fazem. Meus filhos, privilegiados vocês são e serão sempre, quando escolherem a melhor parte, que é a parte do bem, a parte da luz, a parte da renúncia e do amor. Porque o que mais ouvimos é gritarem pelos quatro rincões da Terra: “Senhor, Senhor!” Tantas seitas, tantas religiões de corações vazios e mãos vazias.. Vocês preencham o coração e transbordem as mãos no trabalho caritativo, porque Deus é por todos vocês!

A ESCOLHA DAS PROVAS - Emmanuel



Estudando o problema da escolha de provações da Esfera Espiritual para o círculo das experiências humanas, imaginemos um campo de serviço terrestre em que cada trabalhador é chamado à execução de tarefa específica.
Decerto que, aí dentro, vige a liberdade na razão direta do dever bem cumprido.
O servidor que haja inutilizado deliberadamente as peças do arado que lhe requer devoção e suor gastará tempo em adquirir instrumento análogo com que possa atender à orientação que o dirige.
O lavrador invigilante que tenha permitido por desleixo a incursão de vermes destruidores na plantação que lho define o trabalho, não pode esperar a colheita nobre antes que se consagre à limpeza e preservação da leira que a administração lhe confia.
O cooperador que tenha a infelicidade de envolver-se no crime terá cerceada a sua independência de ação, de vez que será necessário circunscrever-lhe a influência em processo adequado de reajuste.
Entretanto, se o operário fiel da lavoura satisfaz agora todos os requisitos das justas obrigações a que, se vê convocado, sem dúvida, plasma, em seu próprio favor, o direito de indicar por si mesmo o novo passo de serviço na direção do futuro, com pleno assentimento da autoridade superior que lhe traça o roteiro de lutas edificantes.
Assim, pois, além do sepulcro, nem todos desfrutam de improviso a faculdade de escolher o lugar ou a situação em que deva prosseguir no esforço de evolução, porquanto, quase sempre, é imperioso o regresso às sombras da retaguarda para refazer com sofrimento e lágrimas, amargura e aflição o ensejo sublime de acesso à luz.
Se desejas, assim, a marcha vitoriosa para lá dos portais de cinza em que o túmulo se te expressa à visão, afeiçoa-te, com perseverança e lealdade, ao próprio dever, dele fazendo o teu pão espiritual, cada dia, por que para alcançar o triunfo e a elevação de amanhã é indispensável saibamos consagrar-lhes a nossa atenção desde hoje.


Página recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier Revista O Semeador – Abril de 1981

A HISTÓRIA DE UMA DEFICIENTE - Bezerra de Menezes


Apresentação do testemunho, em 23/03/2000


Eu estava na colônia Nosso Lar e vi uma jovem que estava trabalhando com crianças que chegavam da terra e eram portadoras de deficiência física. Como essa jovem era muito bela, saudável, eu falei:
- Minha filha, por que você escolheu essa ala da enfermaria, onde os deficientes físicos vão se recompondo?
(Porque o deficiente físico, quando chega ao plano espiritual, quanto mais tempo demorou na Terra, mais tempo também leva para refazer a sua integridade física. É um processo lento de recuperação; ele, que resgatou o seu débito, não sai imediatamente daquela situação na qual o seu espírito esteve aprisionado. Se você aprisiona uma pessoa num cubículo, sentada, sem ver a luz do sol, ela demora a recuperar a visão, sente dores musculares e demora a andar. A mesma coisa no plano espiritual.)
Ela falou:
- Porque eu fui uma deficiente física.
Eu peguei a ficha dessa jovenzinha e achei que era um caso, realmente, para o Núcleo Servos Maria de Nazaré.
Ela dará o seu testemunho e vocês vão ver como, às vezes, o deficiente físico sofre, no seu interior, mesmo podendo ver, falar, conviver com as pessoas, alegremente.
Vamos Ter o testemunho dessa jovem e acho que todos nós vamos aprender um pouco mais com a dor do nosso semelhante. Seria tão bom se as pessoas que recebemos fossem só de alegria, não é?
Mas, se Jesus veio até nós é porque existia muita dor para ser sanada, muito desespero para se transformar em esperança, se Ele veio até nós e está conosco há dois mil anos é porque, realmente, nós precisamos da terapia do Evangelho em nossas almas, da bondade em nossos corações e do equilíbrio em nossos espíritos.


Testemunho dado em 24/03/2000 - Elisabete


Há oito anos estou no plano espiritual, nasci, como todas as meninas, normal, brincando, correndo, brigando, vivendo intensamente. Mas, aos cinco anos, comecei a cair com muita facilidade, o que preocupou os meus pais, que me levaram ao médico. Constataram que eu era portadora de uma paralisia progressiva.
Os anos foram se arrastando, eu tinha mais duas irmãs e as via pular, brincar, correr. Nas festas de aniversários corriam atrás dos balões e eu sempre esperando que alguém se lembrasse de mim para me dar balão, para me dar um pedaço de bolo, para me dar guaraná. Não falava, sempre que me olhavam eu sorria, mas dentro do meu coração existia um sofrimento enorme. Eu perguntava:
- Por que, Deus? Por que eu não sou como as outras meninas? Por que eu não posso também correr e brincar como as minhas irmãs? Me davam bonecas, elas eram minhas permanentes companheiras, amigos, parentes, eu tinha muitas bonecas. Com elas eu conversava, porque até minha mãezinha tinha seus afazeres, seus compromissos sociais, tinha que levar criança na escola. E a minha dificuldade era muito grande. Durante algum tempo eu até estudei. Era inteligente, mas depois foi ficando mais difícil e eu mesma preferi, naquele desencanto pela vida, não ir mais à escola. Pedi, em prantos, à minha Mãe e, certamente, o médico lhe disse: “Ela não vai viver muito”. Eu esperava, realmente, que não fosse viver muito. Eu via, progressivamente, a paralisia ir tomando o meu corpo.
Eu conversava com as bonecas, lia muito, ouvia música. Aquele era meu mundo, não sentia nenhuma alegria em sair. Mas, para não constranger a minha mãe, para não ser dela carcereira, eu aceitava participar de festas. O meu tormento era visível e a piedade nos olhos das pessoas mais visível ainda.
Chegou a puberdade, eu era a caçula, via as minhas irmãs se aprontando para irem para uma festinha, para o cinema, para irem aos parques. Elas chegavam contando, alegres, entre elas, porque os assuntos delas não eram os mesmos assuntos que tinham comigo. Porque elas apenas podiam me narrar aquilo que elas viviam, porque eu não tinha nada para conversar com elas, nenhum assunto, a não ser algum programa de televisão, alguma música. Elas conversavam um pouquinho comigo e começava o diálogo entre elas, entre as companheiras que chegavam e falavam: “Oi Elisabete!”. Era o máximo que me concediam.
Assim os anos foram passando. Os namorados, os primeiros namoradinhos das minhas irmãs e um jovem que foi para comigo muito bondoso. Ele, um dia, chegou e falou com a minha irmã:
- Sua irmã é muito bonita.
Ninguém nunca havia me dito que eu era bonita, nem me importava se eu tinha o rosto bonito ou não. Meu corpo não respondia aos meus impulsos, aos meus apelos. Olhava para meus pés e não conseguia movê-los. Ele me trouxe alguns discos, alguns livros. Se tornou, realmente, um irmão. E eu ficava ansiosa para que minha irmã casasse, realmente, com aquele rapaz, mas, um dia, ele se foi. Desmancharam o namoro, algumas vezes ele me visitou. Eu fiquei sem o amigo que conversava comigo, que elogiava meu cabelo, que me levava livros, bombons. E minha vida voltou a ser o que era, e ela a trocar de namorados e namorados.
Um deles, diante de mim, disse, sem nenhuma piedade:
- Essa doença de sua irmã. Ela pode ser transmitida para filhos? Casando-me com você, eu posso ter um filho nessa situação?
Minha irmã respondeu:
- Eu não sei. Não sei te dizer isto.
Eu então me recolhi ao quarto daquele dia em diante. Não quis mais ser um espetáculo que pudesse prejudicar a descendência dos namorados de minhas irmãs. Sofri atrozmente, nos filmes de televisão, naqueles programas que dançavam e cantavam, mas nunca deixei que ninguém me visse chorar e para todos eu sorri...
Até que, com vinte anos, já com muita dificuldade para engolir, vi o meu corpo, pouco a pouco, diminuir, como se eu fosse voltar a ser criança. Passei a preocupar mais os meus familiares e mais preocupada fiquei com eles. Porque eu me sentia uma carcereira, sentia que todos eles estavam presos à minha deficiência física. E, aos vinte anos, parti para o plano espiritual.
Dois médicos que eu não sabia quem eram me socorreram. Um deles me disse:
- Eu sou Bezerra de Menezes, vou levá-la para recuperar-se. Você receberá tratamento, voltará a ter suas funções normais, mas melhorar, realmente, vai depender de você. Você teve um estágio de encarceramento carnal. Foi necessário isso para que você observasse as pessoas que te cercam, soubesse ver os sentimentos, olhar aquilo que os olhos das pessoas falam, soubesse esconder a sua dor e, também, que nós podemos ser um peso ou uma alegria para aqueles que nos cercam.
Ele me levou, então para a Colônia Nosso Lar. Eu recebi terapia em todo o corpo, via gradativamente as minhas pernas tomando formas, recuperando os movimentos, minhas mãos, minha respiração, que era ofegante, voltaram ao normal.
Pouco a pouco, eu, conversando com aquelas que eram da mesma enfermaria, consegui sentar na cama e arrastar os pés. Debrucei-me sobre a janela e vi um belo jardim, belas árvores, chafarizes. E falei bem alto:
- Morta é que a vida voltou para mim!
Estava me recuperando, pouco a pouco, e daí para a frente já pude ir para o templo da prece, comecei a ir para os refeitórios. Encaminhei um pedido para saber quais as possibilidades que eu teria para ajudar, porque eu me sentia de tal forma incapaz e inerte, que a ânsia de trabalhar, de usar as mãos e os pés era força compulsiva dentro de mim, uma necessidade premente, eu queria usar as minhas mãos, eu queria sentir meus pés e andar incansavelmente, daqui para ali.
E o Dr. Bezerra de Menezes voltou a procurar-me.
- O que você pretende fazer?
Eu disse para ele:
- Qualquer coisa, contando que eu trabalhe. Lavar chão, arrumar cama, tratar de doente, lavar o que for, mas usar as minhas mãos.
Ele deu um sorriso, segurou as minhas mãos e disse:
- Hoje vamos ter uma terapia com três jovens paralíticas. Você esta disposta a ver as conseqüências que uma vida trouxe para você através da paralisia redentora?
- Estou!
Ele, conversando alegremente, segurando a minha mão como um pai amoroso, me levou a uma sala onde havia uma tela grande, onde se movimentavam imagens em terceira dimensão. Eram cenários muito belos e nós três, ali reunidas, depois de nos cumprimentarmos, olhávamos aquelas paisagens belíssimas e falávamos: “essa paisagem não é brasileira”.
E aí foi sendo projetada a vida de cada uma de nós. Quando chegou a minha vez, lá estava eu, uma jovem bela, que tinha uma ama para calçar meus sapatos, apertar os meus espartilhos, pentear os meus cabelos, trazer meu chá que, às vezes, eu não gostava e lhe atirava na face, sem nenhum respeito pelo ser subalterno, sem um carinho por aquelas pessoas que cuidavam do meu bem estar. Entrava nas carruagens e, muitas vezes, quando ia cavalgar com o chicote na mão para chicotear o cavalo puro sangue eu chicoteava o treinador como se ele fosse um animal, não um ser humano, tal o desprezo que eu sentia por todos que trabalhavam.
Revi, nas minhas lembranças, a serva da minha mãe e a minha serva. Lá estavam elas como filhas e como minhas irmãs, num reajuste tão misericordioso, porque elas me tratavam com tanto carinho, com diferença da juventude, é certo.
Mas, os jovens são assim, só depois que amadurecem é que vão entender, dar valor à família e ficar atentos às dores do semelhante.
Senti uma tristeza muito grande, chorei silenciosamente e falei para o Dr. Bezerra:
- Olha, eu tive a bênção de ter tantas bonecas, quanto tantas meninas não tiveram uma boneca sequer, quando tantas e tantas meninas olharam as vitrines com os olhinhos cobiçosos, sem poder embalar nos braços as bonequinhas expostas à venda. Se for permitido, eu gostaria de trabalhar com crianças, crianças deficientes que estivessem em recuperação, a quem eu pudesse dar os primeiros cuidados. Sei que não tenho nada dentro de mim, agora vejo mais ainda, o quão pouco eu fiz no mundo e essa ânsia que eu tenho de usar as mãos, se me for permitido eu gostaria de trabalhar na enfermaria das crianças.
As crianças, quando desencarnam, chegam ao plano espiritual ainda mantendo aquela forma durante algum tempo. Às vezes são pontas de encarnação, como é chamado aqui em cima, são delitos pequenos que têm que resgatar. Ou de um câncer em que foi desencadeado o desencarne antes da hora, ou a necessidade de um período de reajuste.
São inúmeras as situações que levam a pessoa a ser deficiente física, diferem muito os quadros, diferem as provas, como diferem as reações das pessoas.
Demorou algum tempo e, naquele tempo que demorou, procurei ajudar as companheiras da enfermaria. Quando as atendentes chegavam eu já tinha ajudado uma, outra, já tinha conversado.
Eu sentia uma profunda vergonha da moça rica, bela e insensível que eu fora. Lembrava daquele meu corpo, na Terra, e pensava com alegria: minha mãe, minhas irmãs, devem estar sentindo o gosto doce da liberdade, porque, realmente, eu fora um fardo.
Não quis visitar os meus familiares, não por ser penosa a lembrança dos dias que lá vivi, porque não foram penosos, mas por ter sido uma presença penosa para todos eles. Eu queria ganhar um mundo novo, o resgate tinha cessado naquela encarnação, queria uma vida nova, estar num lugar novo, com pessoas novas.
Um dia chegou o doce Bezerra de Menezes:
- Recebemos a permissão do ministro, você vai ter uma entrevista com a ministra Veneranda e poderá trabalhar na ala das crianças deficientes.
Lá existem setores, como na Terra, onde só fazem brinquedos, alimentos. Porque o espírito se alimenta – pode parecer estranho para vocês, mas não é estranho quando vocês bebem uma água fluidificada – e lá se fazem caldos mais densos, que têm sabores deliciosos, sucos que são um “néctar dos deuses”.
Eu, então, fui em cada setor aprendendo como manipular fluidos da forma mais primária, que são os alimentos energéticos. Trabalhava a bioenergia para o alimento daquelas crianças, com as quais eu brincava. Mulheres que sabem costurar, faziam bonecas, faziam carrinhos e as crianças eram felizes. E como elas ficavam felizes ao verem como as perninhas recuperavam os movimentos, que os bracinhos se estendiam para nos abraçar, corriam e brincavam e eu contava história: “Era uma vez, uma menina muito bonita, muito rica, que teve que sofrer muito para aprender que a vida pode ser uma bela história, se nós soubermos viver...”.
A todos vocês o meu agradecimento, por terem tido a paciência de me ouvir. Agradeçam a Deus o que vocês possuem. Jovens, não destruam a saúde de vocês no vício, nas drogas. Aqueles que chegam ao plano espiritual e que usaram drogas, ficam paralisados, catatônicos, e, certamente, terão uma reencarnação tão dolorosa como a que eu tive, porque não souberam valorizar a saúde. Aquilo que tinham de perfeito, tornaram imperfeito.
Jovens, vocês que possuem motocicleta e carro, dirijam com prudência. Porque aqueles que destroçam seu corpo na velocidade e na imprudência ficarão, no plano espiritual, também lesados durante muito tempo e, certamente, nasceram com seqüelas, porque não souberam valorizar o corpo saudável que possuíam.
Mães, jovens, percebam o valor santificante do corpo de vocês, respeitem-se, saibam que a vida é uma benção e nós devemos muito respeito a esse corpo que não foi feito por nós, foi feito por Deus.
Cuidem-se, porque a beleza é uma rosa bela num jardim em que o vento bate em suas pétalas e as arrastam pela lama. A rosa só é bela enquanto está na roseira, depois que perece nem perfume possui, com qualquer flor é assim. Aproveitem a flor da vida para terem, na sua essência mais sublime, aquilo que a vida tem de melhor.
E, se vocês virem alguém arrastando o corpo no cárcere da deficiência física, não tenham piedade. Ajudem com um sorriso, com uma palavra. Façam com que se sintam amados e felizes, mas não tenham piedade, estão resgatando, estão reformulando o seu corpo somático, estão transformando as suas células lesadas em células saudáveis. Façam com que eles sejam capazes de sorrirem e sentirem que a vida tem gosto de amor. Esse amor diferente que é o amor doação, amor caridade. Façam com que as pessoas, ao chegarem perto de vocês, sintam que valeu a pena viver. E que a alegria é a tônica da vida.


Que Deus abençoe a todos. Muito e muito obrigada por tudo.

24 de agosto de 2008

Na Hora do Silêncio - André Luiz

Quando te encontrares em qualquer dificuldade emocional, recorda o silêncio como instrumento divino de construção e paz.
Confuso, ele te ajudará a encontrar soluções adequadas.
Indeciso, ele te ajudará a fortalecer a idéia de maior equilíbrio.
Desacreditado, ele te ajudará a reconhecer que o mais importante é acreditares em ti mesmo.
Perseguido, ele te ajudará a compreender os perseguidores.
Injuriado, ele te ajudará a continuar apesar dos espinhos.
Vencido, ele te ajudará no refazimento de tuas forças.
Revoltado, ele te ajudará a entender o valor da resignação no processo de auto-aperfeiçoamento.
Ressentido, ele te ajudará a lutar contra o melindre.
Injustiçado, ele te ajudará a perceber que o perdão rompe a cadeia do mal.
Incompreendido, ele te ajudará a sustentar a paciência.
Toda vez que te sentires em dificuldades emocionais, pensa um pouco mais antes de qualquer atitude impetuosa e recorda que, diante de Pilatos, o silêncio de Jesus representou, para sempre, a vitória do bem imperecível sobre a incompreensão transitória.



Do livro “Decisão”. – Psicografia de Antônio Baduy Filho.

MENSAGEM DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS


O Calvário do Mestre não se constituía tão somente de secura e aspereza...
Do monte pedregoso e triste jorravam fontes de água viva que dessedentaram a alma dos séculos.
E as flores que desabrochavam no entendimento do ladrão e na angústia das mulheres de Jerusalém atravessaram o tempo, transformando-se em frutos abençoados de alegria no celeiro das nações.
Colhe as rosas do caminho no espinheiro dos testemunhos...
Entesoura as moedas invisíveis do amor no templo do coração...
Retempera o ânimo varonil, em contato com o rocio divino da gratidão e da bondade!...
Entretanto, não te detenhas. Caminha!....
É necessário ascender.
Indispensável o roteiro da elevação, com o sacrifício pessoal por norma de todos os instantes.
Lembra-te, Ele era sozinho! Sozinho anunciou e sozinho sofreu. Mas erguido, em plena solidão, no madeiro doloroso por devotamento à humanidade, converteu-se em Eterna Ressurreição.
Não temos outra diretriz senão a de sempre:
Descer auxiliando para subir com a exaltação do Senhor.
Dar tudo para receber com abundância.
Nada pedir para nosso Eu exclusivista, a fim de que possamos encontrar o glorioso NÓS da vida imortal.
Ser a concórdia para a separação.
Ser luz para as sombras, fraternidade para a destruição, ternura para o ódio, humildade para o orgulho, bênção para a maldição..
Ama sempre.
É pela graça do amor que o Mestre persiste conosco, os mendigos dos milênios derramando a claridade sublime do perdão celeste onde criamos o inferno do mal e do sofrimento.
Quando o silêncio se fizer mais pesado ao redor de teus passos, aguça os ouvidos e escuta.
A voz Dele ressoará de novo na acústica de tua alma e as grandes palavras, que os séculos não apagaram, voltarão mais nítidas ao círculo de tua esperança, para que as tuas feridas se convertam em rosas e para que o teu cansaço se transubstancie em triunfo.
O rebanho aflito e atormentado clama por refúgio e segurança.
Que será da antiga Jerusalém humana sem o bordão providencial do pastor que espreita os movimentos do céu para a defesa do aprisco?
É necessário que o lume da cruz se reacenda, que o clarão da verdade fulgure novamente, que os rumos da libertação decisiva sejam traçados.
A inteligência sem amor é o gênio infernal que arrasta os povos de agora às correntes escuras e terrificantes do abismo.
O cérebro sublimado não encontra socorro no coração embrutecido.
A cultura transviada da época em que jornadeamos, relegada à aflição ameaça todos os serviços da Boa Nova, em seus mais íntimos fundamentos.
Pavorosas ruínas fumegarão, por certo, sobre os palácios faustosos da humana grandeza, carente de humanidade, e o vento frio da desilusão soprará, de rijo, sobre os castelos mortos da dominação que, desvairada, se exibe sem cogitar dos interesses imperecíveis e supremos do espírito.
É imprescindível a ascensão.
A luz verdadeira procede do mais alto e só aquele que se instala no plano superior ainda mesmo coberto de chagas e roído de vermes, pode, com razão, aclarar a senda redentora que as gerações enganadas esqueceram. Refaz as energias exauridas e volta ao lar de nossa comunhão e de nossos pensamentos.
O trabalhador fiel persevera na luta santificante até o fim.
O farol no oceano irado é sempre uma estrela em solidão. Ilumina a estrada, buscando a lâmpada do Mestre que jamais nos faltou.
Avança.... Avancemos...
Cristo em nós, conosco, por nós e em nosso favor é o Cristianismo que precisamos reviver à frente das tempestades, de cujas trevas nascerá o esplendor do Terceiro Milênio.
Certamente, o apostolado é tudo. A tarefa transcende o quadro de nossa compreensão.
Não exijamos esclarecimentos.
Procuremos servir.
Cabe-nos apenas obedecer até que a glória Dele se entronize para sempre na alma flagelada do mundo.
Segue, pois, o amargurado caminho da paixão pelo bem divino, confiando-te ao suor incessante pela vitória final.
O Evangelho é o nosso Código Eterno.
Jesus é o nosso Mestre Imperecível.
Agora é ainda a noite que se rasga em trovões e sombras, amedrontando, vergastando, torturando, destruindo...
Todavia, Cristo reina e amanhã contemplaremos o celeste despertar


Mensagem psicografada por Francisco Cândido Xavier, em 17 de agosto de 1951.