5 de julho de 2008

Socorro

Noite escura.

Em local isolado, um rapaz de moto, errando na direção, precipitou-se nas águas de enorme represa.

Alguns populares correram até à casa grande em que morava um negociante que possuia, ali mesmo, um barco magnificamente equipado.

No entanto, ao pedido de socorro, ei-lo que responde secamente:

- Jovens de moto? Estou cansado... Gente louca não tem jeito...

Os amigos anônimos se voltaram no rumo de um pardieiro próximo, ocupado unicamente por uma senhora paralítica.

A doente não vacilou.

Emprestou-lhes pequena lanterna, acesa a querosene.

Alguns instantes mais e o rapaz foi visto, boiando à longa distância.

Dois homens se atiraram às águas e trouxeram-no desmaiado para a terra.

O comerciante, porém, - aquele mesmo que se negara a cooperação,- viera até a orla do lago, simplesmente para ver.

Mas, inclinando-se para o jovem que respirava, a salvo, no socorro improvisado que recebia, começou a gritar em desespero:

- É meu filho!... Ah! meu filho, meu filho!...


Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Caminhos. Ditado pelo Espírito Emmanuel. CEU. 1981.


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Responsabilidade

Certo dia eu passei por uma situação difícil no trabalho. Não vem ao caso explicar o ocorrido, mas sim a reflexão que me levou escrever. Estive pensando sobre responsabilidade. Desde nossa infância vamos aprendendo como nos comportar na sociedade que vivemos. Nem sempre temos a educação certa, seja de nossos pais, ou da escola onde estudamos. Independentemente da educação recebida sempre temos alguma oportunidade para mostrarmos a postura correta para aquela situação. Para uma criança é difícil aceitar uma disciplina rígida. Existem muitos fatores que levam a criança a fazer certas coisas para ela conseguir se inserir no grupo de sua convivência. Essa criança pode acabar tendo um reflexo de suas ações feitas na infância quando atingir a fase adulta. É muito comum vermos pessoas com algum tipo de problema de personalidade ou de relacionamento tanto pessoal como profissional.

Acho que uma das grandes virtudes desenvolvida nas pessoas é a responsabilidade, como outras muito importantes também. A responsabilidade tem grande repercussão em nossa vida. À medida que crescemos vamos passando por situações onde nós mesmos entramos e não temos como deixar de passar. Então entra a responsabilidade, a maturidade de aceitar aquele fato, independente da conseqüência surgida. Se erramos, temos que aceitar o erro, e aprender com o erro. E diariamente pode surgir novas oportunidade de desenvolvermos a responsabilidade, de amadurecermos, de passar por esses momentos, por mais difíceis que sejam, e não fraquejar novamente.

Para uma criança talvez seja difícil entender o significado da palavra responsabilidade, mas no cotidiano ela vai aprendendo a ser responsável por seus atos, por suas ações. Na fase adulta ocorrem os problemas caso a criança não tenha desenvolvido a responsabilidade por suas ações. Problemas tanto pequenos quanto mais graves. O mais difícil é aceitar a responsabilidade de arcar com as conseqüências quando é feita alguma coisa errada.

Por isso é uma responsabilidade muito grande educar uma, ou mais crianças. É um termo de responsabilidade com esses espíritos que hoje precisamos resgatar nossos erros passados com eles. É o momento de aproveitar as oportunidades, tanto para ajudar ou ser ajudado no crescimento pessoal. Oportunidades que nos ajudam a amadurecer, oportunidades para aprendermos o que é ser responsável por nossos atos, tanto passados quanto presentes. São oportunidades diversas, mas sempre difíceis, pois é hora de aceitar a conseqüência de atos passados que tantas vezes foram ignorados, ou até mesmo acumulados.

É hora de aceitar as conseqüências. Por isso nossa vida às vezes parece tão difícil. Erramos tantas vezes, tantas vezes acumulados nossos erros. Chegou o tempo de corrigir esses erros, seja da forma que for, e seja com quem for. É hora de aceitar que nós somos responsáveis por nossos atos, e apenas nós somos responsáveis, mais ninguém. Faça o que fizer, lembre da responsabilidade daquilo que está fazendo, lembre que existem conseqüências, e principalmente, lembre que o único responsável por seus atos é você mesmo.




"Podemos escolher o que semear, mas somos obrigados a colher aquilo que plantamos."

4 de julho de 2008

Ajude Sempre


Diante da noite, não acuse as trevas. Aprenda a fazer lume.

Em vão condenará você o pântano. Ajude-o a purificar-se.

No caminho pedregoso, não atire calhaus nos outros. Transforme os calhaus em obras úteis.

Não amaldiçoe o vozerio alheio. Ensine alguma lição proveitosa, com o silêncio.

Não adote a incerteza, perante as situações difíceis. Enfrente-as com a consciência limpa.

Debalde censurará você o espinheiro. Remova-o com bondade.

Não critique o terreno sáfaro. Ao invés disso, dê-lhe adubo.

Não pronuncie más palavras contra o deserto. Auxilie a cavar um poço sob a areia escaldante.

Não é vantagem desaprovar onde todos desaprovaram. Ampare o seu irmão com a boa palavra.

É sempre fácil observar o mal e identificá-lo. Entretanto, o que o Cristo espera de nós outros é a descoberta e o cultivo do bem para que o Divino Amor seja glorificado.


Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Agenda Cristã. Ditado pelo Espírito André Luiz. Edição de Bolso. Rio de Janeiro, RJ: FEB. 1999.

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A Amizade Real

Um grande senhor que soubera amontoar sabedoria, além da riqueza, auxiliava diversos amigos pobres, na manutenção do bom ânimo, na luta pela vida.

Sentindo-se mais velho chamou o filho à cooperação. O rapaz deveria aprender com ele a distribuir gentilezas e bens.

Para começar, enviou-o à residência de um companheiro de muitos anos, ao qual destinava trezentos cruzeiros mensais.

O jovem seguiu-lhe as instruções.

Viajou seis quilômetros e encontrou a casa indicada. Contrariando-lhe a expectativa, porém, não encontrou um pardieiro em ruínas. O domicílio, apesar de modesto, mostrava encanto e conforto. Flores perfumavam o ambiente e alvo linho vestia os móveis com beleza e decência.

O beneficiário de seu pai cumprimentou-o, com alegria efusiva e, depois de inteligente palestra, mandou trazer o café num serviço agradável e distinto. Apresentou-lhe familiares e amigos que se envolviam, felizes, num halo enorme de saúde e contentamento.

Reparando a tranqüilidade e a fartura, ali reinantes, o portador regressou ao lar, sem entregar a dádiva.

- Para quê? - confabulava consigo mesmo - aquele homem não era um pedinte. Não parecia guardar problemas que merecessem compaixão e caridade. Certo, o genitor se enganara.

De volta, explicou ao velho pai, particularizadamente, quanto vira, restituindo-lhe a importância de que fora emissário.

O ancião, contudo, após ouvi-lo calmamente, retirou mais dinheiro da bolsa, dobrou a quantia e considerou:

- Fizeste bem, tornando até aqui. Ignorava que o nosso amigo estivesse sob mais amplos compromissos. Volta à residência dele e, ao invés de trezentos, entrega-lhe seiscentos cruzeiros, mensalmente, em meu nome, de ora em diante. A sua nova situação reclama recursos duplicados.

- Mas, meu pai - acentuou o moço -, não se trata de pessoa em posição miserável. Ao que suponho, o lar dele possui tanto conforto, quanto o nosso.

- Folgo bastante com a notícia - exclamou o velho.

E, imprimindo terna censura à voz conselheiral, acrescentou:

- Meu filho, se não é lícito dar em dia aos sãos e esmolas aos que não precisam delas, semelhante regra não se aplica aos companheiros que Deus nos confiou. Quem socorre o amigo, apenas nos dias de extremo infortúnio, pode exercer a piedade que humilha ao invés do amor que santifica.

Quem espera o dia do sofrimento para prestar o favor, muita vez não encontrará senão silêncio e morte, perdendo a melhor oportunidade de ser útil.

Não devemos exigir que o irmão de jornada se converta em mendigo, a fim de parecermos superiores a ele, em todas as circunstâncias.

Tal atitude de nossa parte representaria crueldade e dureza. Estendamos-lhe nossas mãos e façamo-lo subir até nós, para que o nosso concurso não seja orgulho vão.

Toda gente no mundo pode consolar a miséria e partilhar as aflições, mas raros aprendem a acentuar a alegria dos entes amados, multiplicando-a para eles, sem egoísmo e sem inveja no coração.

O amigo verdadeiro, porém, sabe fazer isto. Volta, pois, e atende ao meu conselho para que nossa afeição constitua sementeira de amor para a eternidade.

Nunca desejei improvisar necessitados, em torno de nossa porta e, sim, criar companheiros para sempre.

Foi então que o rapaz, envolvido na sabedoria paterna, cumpriu quanto lhe fora determinado, compreendendo a sublime lição de amizade real.


Xavier, Francisco Cândido. Da obra:
Alvorada Cristã. Ditado pelo Espírito Neio Lúcio. Rio de Janeiro, RJ: FEB.

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2 de julho de 2008

Amor Fraternal

"Permaneça o amor fraternal."
Paulo (Hebreus, 13:1)

As afeições familiares, os laços consangüíneos, as simpatias naturais podem ser manifestações muitos santas da alma, quando a criatura as eleva no altar do sentimento superior, contudo, é razóavel que o espírito não venha a cair sob o peso das inclinações próprias.

O equilíbrio é a posição ideal.

Por demasia de cuidado, inúmeros pais prejudicam os filhos.

Por excesso de preocupações, muitos cônjuges descem às cavernas do desespero, defrontados pelos insaciáveis monstros do ciúme que lhes aniquilam a felicidade.

Em razão da invigilância, belas amizades terminam em abismo de sombra.

O apelo evangélico, por isto mesmo, reveste-se de imensa importância.

A fraternidade pura é o mais sublime dos sistemas de relações entre as almas.

O homem que se sente filho de Deus e sincero irmão das criaturas não é vítima dos fantasmas do despeito, da inveja, da ambição, da desconfiança. Os que se amam fraternalmente alegram-se com o júbilo dos companheiros; sentem-se felizes com a ventura que lhes visita os semelhantes.

Afeições violentas, comumente conhecidas na Terra, passam vulcânicas e inúteis.

Na teia das reencarnações, os títulos afetivos modificam-se constantemente. É que o amor fraternal, sublime e puro, representando o objetivo supremo do esforço de compreensão, é a luz imperecível que sobreviverá no caminho eterno.

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Pão Nosso. Ditado pelo Espírito Emmanuel. 17 edição. Lição 141. Rio de Janeiro, RJ: FEB. 1996.

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1 de julho de 2008

Anjo da Guarda

Nossos queridos amigos invisíveis estão sempre junto a nós, nos protegendo, nos aconselhando, nos amparando, sem mesmo darmos a devida atenção, ou pelo menos, a devida gratidão.
Eles são nossos companheiros corriqueiros, do dia-a-dia, do tempo ruim, das alegrias, do estudo, do trabalho... Nossos amados guardiões, com nomes diversos, ou sem nome algum. Estão sempre ao nosso lado sem intenção alguma, senão nos guardar. Sem esperar recompensa alguma, senão nosso crescimento.


Estão sempre de prontidão nas as piores horas. Estão sempre sorrindo nas melhores horas. Derramam lágrimas nas piores horas. Dão-nos a mão nos piores tombos. Festejam nossos menores saltos. Nosso anjo da guarda. Meu anjo da guarda. Seu anjo da guarda. Cada um com o seu.



Não precisa saber o nome dele pra falar com. Apenas pense nele. Fale com ele. Chame-o como quiser. Mas chame-o. Mais ainda, agradeça-lhe por suas incansáveis horas ao nosso lado, nos protegendo, nos aconselhando, nos amparando...
Querido companheiro de jornada. Querido anjo da guarda.

Oração aos Anjos da guarda

Espíritos esclarecidos e benevolentes, mensageiros de Deus, que tendes por missão assistir os homens e conduzi-los pelo bom caminho, sustentai-me nas provas desta vida; dai-me a força de suportá-las. Esclarecei a minha consciência com relação aos meus defeitos e tirai-me dos olhos o véu do orgulho, capaz de impedir que os perceba e confesse a mim mesmo.
A ti sobretudo (nome do anjo), meu anjo da guarda, que mais particularmente velas por mim, e a todos vós, espíritos protetores, que por mim vos interessais, peço fazerdes que me torne digno da vossa proteção. Conheceis as minhas necessidades: sejam elas atendidas segundo a vontade de Deus. Amém...

APRENDER


Depois de algum tempo você aprende a diferença,
A sutil diferença entre dar uma mão e acorrentar uma alma,
E você aprende que amar não é apoiar-se
E que companhia nem sempre significa segurança,
E começa aprender que beijos não são contratos,
E presentes não são promessas.

E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e os olhos adiante,
Com a graça de um adulto, e não com a tristeza de uma criança
E aprende a construir todas as suas estradas no hoje,
Porque o terreno de amanhã é incerto demais para os planos,
E o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.

Aprende que falar pode curar dores emocionais
Descobre que se leva anos para construir uma confiança
E apenas segundos para destruí-la.
E que você pode fazer coisas em um instante,
Das quais se arrependerá pelo resto de sua vida.

Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer
Mesmo a longa distância,
E o que importa não é o que você tem na vida,
Mas quem você tem na vida.
E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.

Aprende que não temos que mudar de amigos
Se compreendermos que os amigos mudam,
Percebe que o seu melhor amigo e você
Podem fazer qualquer coisa ou nada
E terem bons momentos juntos.

Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que o ame
Não significa que esse alguém não o ame com tudo que pode
Pois existem pessoas que nos amam
Mas simplesmente não sabe como demonstrar ou viver com isso.

Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém
Algumas vezes você tem que aprender a perdoar a si mesmo
Aprende que com mesma severidade com que você julga
Você será em algum momento condenado.

Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido,
O mundo não pára para que você o conserte,
Aprende que tempo é algo que não pode voltar para trás,
Portanto, plante seu jardim e decore sua alma,
Ao invés de esperar que alguém lhe traga flores.

E você aprende que realmente pode suportar, que realmente é forte,
E que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais.
E que a vida realmente tem valor,
E que você tem valor diante da vida.
E você finalmente aprende que nossas dúvidas são traidoras
E nos faz perder o bem que poderíamos conquistar,
Se não fosse o medo de tentar...


William Shakespeare