Nos resta orar fervorosamente por nossos políticos que dirigem o país. Não gere ódio nem revolta contra essas pessoas, mande bons pensamentos para que eles - e em especial esse deputado - para que eles tenham dicernimento e consciência, moral e ética para tomar as melhores decisões.
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“Eu deveria estar sendo elogiado”, diz Sérgio Moraes
Deputado federal defendeu Edmar Moreira, acusado de uso indevido de verba pública
Deputado federal defendeu Edmar Moreira, acusado de uso indevido de verba pública
Na política há quase 30 anos, o deputado federal Sérgio Moraes (PTB), 51, ganhou destaque nacional por defender uma opinião polêmica: a de que o colega Edmar Moreira (sem partido-MG), acusado de uso indevido de verba pública, fez o que todos os deputados sempre fizeram.
Com carreira em Santa Cruz do Sul, Moraes já foi vereador, deputado estadual e prefeito. Na prefeitura, teve o mandato suspenso em 2002 por conta de um processo. É acusado de ter instalado um telefone público na casa da família em 1997. Dias depois, voltou ao cargo.
O caso está hoje no Supremo Tribunal Federal. No STF, também há outro processo referente à contratação ilegal de supostamente 75 servidores. Moraes tem força na cidade. A mulher, Kelly Moraes (PTB), é prefeita, e o filho do deputado, Marcelo Moraes (PTB), foi eleito vereador e hoje é secretário municipal de Transportes.
Zero Hora – O senhor mantém as declarações sobre o caso do deputado Edmar Moreira?
Sérgio Moraes – Mantenho. Não posso abonar uma mentira. A imprensa mentiu para o Brasil que o Edmar roubou na Câmara e fez um castelo. Ele tem o castelo há 20 anos. Quando comecei a dizer isso, a menina do jornal O Globo me ameaçou, algo assim: ou tu confirmas ou vamos colocar a opinião pública em cima de ti. Eu respondi: tu faz o que quiser, estou me lixando para o que tu vais escrever e para o que a opinião pública vai dizer. Não vou cortar o pescoço de Edmar a não ser que me provem que cometeu outros erros.
ZH – O senhor não ficou numa situação delicada com seus eleitores?
Moraes – A repórter não colocou toda a minha resposta. Eu disse que vou trabalhar com a minha verdade e não vou me trocar por pressão ou favores da imprensa. Eu deveria estar sendo elogiado.
ZH – O senhor tem dúvidas em relação a escândalos denunciados pela imprensa, como a da farra das passagens?
Moraes – A imprensa anunciou o problema das passagens, os deputados correram para pedir desculpas e foram todos anistiados. Aí, se pegou a verba indenizatória e 512 deputados foram anistiados. Um, que é o Edmar, tem de ser jogado na fogueira. E alguém quer que eu assine esse negócio. Não vou assinar. Querem que eu assine tentando moralizar a Casa com a possível cassação de Edmar. Ele não pode ficar sozinho nessa luta. Ou abrimos as contas dos 512 ou se inocenta todo mundo.
ZH – Com a verba, o senhor pagou o aluguel de um prédio onde funciona um escritório de advocacia em Santa Cruz do Sul. Qual uso o senhor faz desse espaço?
Moraes – O escritório de advogados é no segundo piso. No primeiro, é o meu escritório. É lá que recebo a imprensa, a população, prefeitos e empresários. Devem caber umas 20 pessoas sentadas. Pago R$ 2,5 mil e tenho todo o piso com recepcionista, água, luz e banheiro.
ZH – Um dos sócios do escritório de advocacia é assessor jurídico da sua mulher, a prefeita Kelly Moraes?
Moraes – Marco Borba é o procurador-geral do município. Mas o escritório dele continua trabalhando e trabalhando muito.
ZH – Outros membros do Conselho de Ética dizem que o senhor não tem mais condições para relatar o caso Edmar. Qual a opinião do senhor?
Moraes – Vocês estão dizendo que houve uma reunião no Conselho hoje (ontem) e não houve. A imprensa mente demais. Se acharem que não devo ser relator e alguém queira compactuar com as mentiras, paciência. Não pedi para ser.
ZH – Mas a sindicância não apresenta elementos contra Edmar?
Moraes – Ele nunca negou ter usado notas de empresas de que é sócio. E isso não era proibido. Vocês criaram o monstro do castelo. E o castelo está no Imposto de Renda dos filhos dele.
Política | 08/05/2009 | 04h14min
Zero Hora
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