Sempre tive curiosidade para saber quem são as pessoas que se valem de albergues filantrópicos para serem neles hospedadas. Quais são suas dificuldades, como despencaram na escala social a ponto de não terem um lar ou uma moradia, que caminhos percorrem para voltarem à vida normal etc.?
Pois recebi um e-mail impactante, um homem que já foi professor e cursou a universidade teve, por essas quebradas da vida, de socorrer-se do abrigo noturno do Instituto Espírita Dias da Cruz.
O seu relato é emocionante. Quantos milhares já não tiveram essa experiência? A quantas e quantas pessoas o Dias da Cruz e outras entidades filantrópicas já ajudaram e recuperaram suas vidas?
Transmito aos leitores esta sublime aventura e lembro que hoje em Zero Hora há encartado um boleto de ajuda bancária ao Dias da Cruz.
“Acabei de ler tua coluna e não tive como me conter. Precisei mesmo desabafar e me colocar à disposição da campanha por aquela casa que é o motivo de eu estar cidadão digno na terra gaúcha. Espero que possas aproveitar meu testemunho e até por isso escrevi de forma compacta.
Claro que a história é rica e emocionante, mas em ocasião propícia contarei detalhes. Desde tempos, venho pensando numa forma de expressar gratidão pelos que lá me acolheram e vi no texto da tua coluna que o momento de agir chegou.
Sou porteiro em um condomínio horizontal no Três Figueiras. Leio ZH quando chega, toda madrugada, e a edição de sábado, 9 de maio, me estimulou a escrever o presente testemunho.
Considero-me culto, pelos livros que li e pelas atividades artísticas em que estive envolvido, como artes plásticas, teatro e literatura de cordel. Já fui universitário e cursei História na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Curso esse que acabei não concluindo por motivo alheio à minha vontade. Dei aulas de história e literatura durante 11 anos, além de trabalhar em bibliotecas e museus no meu Estado. A bagagem de todas essas atividades me levaram a imaginar um projeto de incentivo à leitura que hoje tenho como revolucionário. Em agosto se completam quatro anos de que desembarquei no boxe 48 da rodoviária de Porto Alegre com o dito projeto debaixo do braço e embriagado na mais pura utopia de querer transformar o mundo e garantir um futuro melhor para a humanidade. Porém, com o currículo de curso superior incompleto e atividade profissional toda ligada à área cultural, não foi nada fácil conseguir uma colocação no mercado de trabalho na capital gaúcha. Passando por algumas peleias, precisei amparar-me em um abrigo. Entrei na fila do albergue Dias da Cruz e fui recepcionado por ‘Seu Carlos’, que exigiu RG e tratava todos os desvalidos como ‘irmãozinhos’. O ano era 2007, precisamente final de janeiro e começo de fevereiro. Vi no interior da instituição muito além de um aconchego material humanizante. Vi um corpo de voluntários praticantes sinceros de valores cristãos.
Ressalto a importância dessas pessoas para a recuperação de cada indivíduo que ingressa na casa. Ao contar minha história ao Seu Carlos, pedi por caridade que me conseguisse uma tesoura, 1 quilo de cola e um punhado de jornais velhos para que pudesse fazer trabalhos manuais. Ele e mais uma boa alma do centro me conseguiram o que pedi, e em pouco tempo estava eu alugando um quarto na Vila São José. A solidariedade que encontrei quero retribuir de todo o coração e firmo compromisso de engrossar a campanha citada na coluna do Paulo Sant’Ana. Cada ser humano que na casa Dias da Cruz tem pouso digno é carregado de histórias com altos e baixos. Minha história é apenas mais uma. Quero somar minha história à nobre luta dos que fazem do albergue Dias da Cruz um lar de fraternidade. (ass.) Wagner Rondora da Silva (rondorasilva@gmail.com)”.
Pois recebi um e-mail impactante, um homem que já foi professor e cursou a universidade teve, por essas quebradas da vida, de socorrer-se do abrigo noturno do Instituto Espírita Dias da Cruz.
O seu relato é emocionante. Quantos milhares já não tiveram essa experiência? A quantas e quantas pessoas o Dias da Cruz e outras entidades filantrópicas já ajudaram e recuperaram suas vidas?
Transmito aos leitores esta sublime aventura e lembro que hoje em Zero Hora há encartado um boleto de ajuda bancária ao Dias da Cruz.
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“Acabei de ler tua coluna e não tive como me conter. Precisei mesmo desabafar e me colocar à disposição da campanha por aquela casa que é o motivo de eu estar cidadão digno na terra gaúcha. Espero que possas aproveitar meu testemunho e até por isso escrevi de forma compacta.
Claro que a história é rica e emocionante, mas em ocasião propícia contarei detalhes. Desde tempos, venho pensando numa forma de expressar gratidão pelos que lá me acolheram e vi no texto da tua coluna que o momento de agir chegou.
Sou porteiro em um condomínio horizontal no Três Figueiras. Leio ZH quando chega, toda madrugada, e a edição de sábado, 9 de maio, me estimulou a escrever o presente testemunho.
Considero-me culto, pelos livros que li e pelas atividades artísticas em que estive envolvido, como artes plásticas, teatro e literatura de cordel. Já fui universitário e cursei História na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Curso esse que acabei não concluindo por motivo alheio à minha vontade. Dei aulas de história e literatura durante 11 anos, além de trabalhar em bibliotecas e museus no meu Estado. A bagagem de todas essas atividades me levaram a imaginar um projeto de incentivo à leitura que hoje tenho como revolucionário. Em agosto se completam quatro anos de que desembarquei no boxe 48 da rodoviária de Porto Alegre com o dito projeto debaixo do braço e embriagado na mais pura utopia de querer transformar o mundo e garantir um futuro melhor para a humanidade. Porém, com o currículo de curso superior incompleto e atividade profissional toda ligada à área cultural, não foi nada fácil conseguir uma colocação no mercado de trabalho na capital gaúcha. Passando por algumas peleias, precisei amparar-me em um abrigo. Entrei na fila do albergue Dias da Cruz e fui recepcionado por ‘Seu Carlos’, que exigiu RG e tratava todos os desvalidos como ‘irmãozinhos’. O ano era 2007, precisamente final de janeiro e começo de fevereiro. Vi no interior da instituição muito além de um aconchego material humanizante. Vi um corpo de voluntários praticantes sinceros de valores cristãos.
Ressalto a importância dessas pessoas para a recuperação de cada indivíduo que ingressa na casa. Ao contar minha história ao Seu Carlos, pedi por caridade que me conseguisse uma tesoura, 1 quilo de cola e um punhado de jornais velhos para que pudesse fazer trabalhos manuais. Ele e mais uma boa alma do centro me conseguiram o que pedi, e em pouco tempo estava eu alugando um quarto na Vila São José. A solidariedade que encontrei quero retribuir de todo o coração e firmo compromisso de engrossar a campanha citada na coluna do Paulo Sant’Ana. Cada ser humano que na casa Dias da Cruz tem pouso digno é carregado de histórias com altos e baixos. Minha história é apenas mais uma. Quero somar minha história à nobre luta dos que fazem do albergue Dias da Cruz um lar de fraternidade. (ass.) Wagner Rondora da Silva (rondorasilva@gmail.com)”.
PAULO SANT’ANA
12 de maio de 2009 | N° 15967
Zero Hora
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