A perspectiva de uma epidemia de gripe no mundo está fazendo aflorar os piores sentimentos em algumas pessoas, inclusive em autoridades, que apelam para a segregação, para a xenofobia e para medidas verdadeiramente desarrazoadas, como o extermínio desnecessário de porcos. O México tem razão em pedir a intermediação da ONU para reverter uma hostilidade internacional. Cidadãos mexicanos estão sendo discriminados em voos e a China chegou ao ponto de isolar pessoas sem sintoma algum da doença, apenas por causa da nacionalidade. A chancelaria mexicana protestou formalmente contra o cancelamento de voos, o tratamento dado a seus cidadãos no Exterior e o surgimento de focos de racismo em algumas regiões, especialmente nos Estados Unidos. O tratamento chinês está sendo particularmente humilhante para os mexicanos. Desde que um mexicano portador do vírus foi identificado em território chinês, cerca de 400 pessoas foram postas em quarentena apenas e simplesmente por serem portadoras de um passaporte do México. Algumas há anos estão fora de seu país.
Os excessos cometidos nessa área parecem ter ultrapassado as compreensíveis e até indispensáveis medidas de prevenção contra uma epidemia que preocupa o mundo a ponto de a Organização Mundial da Saúde (OMS) ter promovido um alerta planetário que indicava a existência de um risco iminente de pandemia. Medidas prepotentes adotadas por alguns países mostraram que as informações sobre a extensão dos riscos não foram adequadamente avaliadas, como se tornou evidente na truculenta reação das autoridades sanitárias chinesas. A facilidade com que as informações de todo gênero, incluindo as de caráter técnico, podem ser transmitidas torna ainda mais injustificáveis os gestos xenófobos ou discriminatórios. Se há uma área em que a globalização é um fato, tal é a da comunicação. Essa condição deveria ser usada em favor dos cidadãos, qualquer que seja sua procedência, e em benefício da causa comum de contenção da gripe A H1N1ou da erradicação de quaisquer outras epidemias.
É uma pena que o esforço das organizações sanitárias internacionais e das autoridades dos países seja maculado por discriminações e preconceitos, uns e outros intoleráveis. A ocorrência desse tipo de problema deve ser debitada tanto à urgência de adotar medidas eficazes de prevenção quanto à informação deturpada em relação a causas e efeitos das epidemias ou à existência de uma tendência de encontrar culpados e bodes expiatórios.
De qualquer modo, a chegada do inverno no Hemisfério Sul, estação que favorece a disseminação das gripes, impõe deveres intransferíveis às autoridades, tanto no sentido de adotar medidas preventivas quanto como um alerta para a disseminação dos também nefastos vírus do preconceito e da insensatez.
Os excessos cometidos nessa área parecem ter ultrapassado as compreensíveis e até indispensáveis medidas de prevenção contra uma epidemia que preocupa o mundo a ponto de a Organização Mundial da Saúde (OMS) ter promovido um alerta planetário que indicava a existência de um risco iminente de pandemia. Medidas prepotentes adotadas por alguns países mostraram que as informações sobre a extensão dos riscos não foram adequadamente avaliadas, como se tornou evidente na truculenta reação das autoridades sanitárias chinesas. A facilidade com que as informações de todo gênero, incluindo as de caráter técnico, podem ser transmitidas torna ainda mais injustificáveis os gestos xenófobos ou discriminatórios. Se há uma área em que a globalização é um fato, tal é a da comunicação. Essa condição deveria ser usada em favor dos cidadãos, qualquer que seja sua procedência, e em benefício da causa comum de contenção da gripe A H1N1ou da erradicação de quaisquer outras epidemias.
É uma pena que o esforço das organizações sanitárias internacionais e das autoridades dos países seja maculado por discriminações e preconceitos, uns e outros intoleráveis. A ocorrência desse tipo de problema deve ser debitada tanto à urgência de adotar medidas eficazes de prevenção quanto à informação deturpada em relação a causas e efeitos das epidemias ou à existência de uma tendência de encontrar culpados e bodes expiatórios.
De qualquer modo, a chegada do inverno no Hemisfério Sul, estação que favorece a disseminação das gripes, impõe deveres intransferíveis às autoridades, tanto no sentido de adotar medidas preventivas quanto como um alerta para a disseminação dos também nefastos vírus do preconceito e da insensatez.
EDITORIAL
Zero Hora
05 de maio de 2009 | N° 15960
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