9 de abril de 2009

O discurso do Chefe Seattle


Esse é um texto amplamente divulgado na internet. Serei apenas mais a divulgar, não por clichê, mas sim porque é um texto bonito. Ele nos leva a refletir sobre nossas ações, as consquências que podem trazer para nossa Mãe Terra, afinal é ela que nos provem a vida na matéria. Nosso planeta está sofrendo, está doente. Seus chacras estão cada dia mais doloridos, e isso representa desequilibrio. Tempestades, ciclones, terremotos, maremotos... pense como em ti sofrendo quando está doente; o corpo febril, tosse, espirro, enjoô... Agora reflita com essas palavras tão profundas:


"Como é que se pode comprar ou vender o céu, o calor da terra? Essa idéia nos parece estranha. Se não possuímos o frescor do ar e o brilho da água, como é possível vendê-los? Cada pedaço desta terra é sagrado para meu povo. Cada ramo, cada punhado de areia do deserto, cada sombra de árvore, cada uma destas coisas é sagrada na memória do meu povo.

"Os mortos do homem branco esquecem sua terra de origem quando vão caminhar entre as estrelas. Nosso mortos jamais esquecem estas montanhas e vales, pois assim é o rosto de nossa Mãe. Somos parte da terra e ela faz parte de nós. As flores são nossas irmãs; o cervo, o cavalo, a grande águia são nossos irmãos. Os picos rochosos, os sulcos úmidos nas campinas, o calor do corpo do potro e o homem - todos pertencem à mesma família. Portanto, quando o Grande Chefe em Washington manda dizer que deseja comprar nossa terra, pede muito de nós.

"O Grande Chefe diz que irá nos colocar em um lugar onde poderemos viver felizes. Ele será nosso pai e nós seremos seus filhos. Portanto, nós vamos considerar a sua oferta de comprar nossa terra. Mas isso não será fácil, porque essa água brilhante que corre nos riachos não é apenas água, mas o sangue de nossos antepassados. Se lhe vendermos a terra eles podem esquecer que o murmúrio das águas é a voz dos nossos ancestrais, e as lembranças de tudo o que ocorreu enquanto vivemos aqui.

"Sabemos que o homem branco não compreende nossos costumes. Uma porção de terra, para ele, tem o mesmo significado que qualquer outra, pois é um forasteiro que vem à noite e extrai da terra aquilo de que necessita. A terra não é sua irmã, mas uma mulher atraente, e quando ele a conquista, prossegue seu caminho. Deixa para trás os túmulos de seus antepassados e não se incomoda. Retira da terra aquilo que seria de seus filhos e não se importa. A sepultura de seu pai e os direitos de seus filhos são esquecidos. Trata sua mãe, a terra, e seu irmão, o céu, como coisas ou enfeites coloridos. Seu apetite devorará a terra, deixando somente um deserto.


"Eu não sei, nossos costumes são diferentes dos seus. A visão de suas cidades fere os olhos do homem vermelho. Talvez seja porque o índio é um selvagem e não compreenda. Não há lugar quieto na cidade do homem branco. Nenhum lugar onde se possa ouvir o desabrochar de folhas na primavera ou o bater das asas de um inseto. O ruído parece somente insultar os ouvidos. E o que resta da vida se um homem não pode ouvir o choro solitário de uma ave ou o debate dos sapos ao redor de uma lagoa, à noite? O que é o homem sem os animais? Se todos os animais se fossem o homem morreria de uma grande solidão de espírito. Pois o que ocorre com os animais, breve acontece com o homem. Há uma ligação em tudo.


"Tudo o que acontecer à terra, acontecerá aos filhos da terra. Se os homens cospem no solo, estão cuspindo em si mesmos. Isso sabemos: a terra não pertence ao homem, o homem pertence à terra. O homem não tramou o tecido da vida: ele é simplesmente um de seus fios. Tudo o que fizer ao tecido, fará a si mesmo.

"Mesmo o homem branco, cujo Deus caminha e fala com ele de amigo para amigo, não pode fugir desta realidade. De uma coisa estamos certos: nosso Deus é o mesmo Deus dele . A terra lhe é preciosa, e feri-la é desprezar o Criador. É o final da vida e o início da sobrevivência".


Chefe Seattle, Estados Unidos, ano de 1854.

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