Se autoestima é a valorização de si próprio, sempre me intrigou o que hão de pensar os canalhas sobre si mesmos.
Será que o canalha pensa que está certo? Será que ele não vê que é canalha?
Em outros termos, será que as pessoas têm isenção para olhar para si próprias?
Eu digo isso porque não sei se sou uma pessoa boa ou correta. Eu tenho uma dúvida sobre minha conduta. Uma dúvida muito séria: será que eu não tinha o dever ético e social de ajudar mais os outros do que eventualmente eu possa estar fazendo ou já ter feito?
Será que não estou sendo omisso no meu comportamento social? Eu não teria de ser mais benigno e solidário em determinadas situações por que passei com relação aos outros?
Será que não me omiti quando tive a oportunidade de levar à frente ações beneficentes a pessoas da minha proximidade ou até mesmo a gente distante de mim, que, no entanto, por pertencerem ao meu círculo familiar ou social, mereciam de mim maior atenção e ajuda?
Isso é uma forma de se olhar no espelho. Isso é o que se pode chamar de consciência.
Será que não tenho contrariado ou molestado o meu senso de responsabilidade?
Será que, diante dos atributos que a natureza e/ou a minha formação me concederam, eu não tenho sido falho ou omisso com alguns dos meus semelhantes e isso possa tê-los ofendido ou prejudicado gravemente?
Será que não é muito benévolo o julgamento que faço dos meus atos? E o que será que pensam de mim as pessoas com quem cruzei ou tenho vínculos sanguíneos?
Será que por comodidade ou por falta de coragem eu não deixei de atender à integração obrigatória que teria de cumprir com meu meio ou com a minha condição?
Será que as pessoas não esperavam mais de mim e eu, que tinha condições para atendê-las, não o fiz por entender erradamente que não era meu dever?
Será que só fiz o que pude quando o certo era fazer mais do que pudesse, deixando de pensar demais em mim e me dedicando de corpo e alma à tarefa de ajudar e compreender os outros.
Afinal, quem sou eu, sou justo ou iníquo perante o julgamento alheio ou da minha história?
E o meu papel? Será que cumpri o meu papel e atendi às expectativas da minha capacidade e das necessidades dos outros.
Ou, então, será que muitas vezes por covardia deixei de me esforçar para ser atencioso, carinhoso, dadivoso, pródigo com quem necessitava vitalmente da minha mão amiga e acabei abandonando no meio da estrada estas pessoas aflitas?
Afinal, será que a desculpa que sempre dei de que a vida é uma batalha e a gente tem de pensar em si próprio para não ter de amargar desventuras patrimoniais no futuro (ou até mesmo no presente), licenciando-se assim para despreocupar-se com os outros, não terá sido exagerada, abandonando à própria sorte pessoas que tinha o dever de amparar, de conduzir, de consolar?
Será que pertence só a mim esta faculdade de fazer um balanço da minha vida, ou todos se debruçam com essa preocupação para a possibilidade de virem a ser julgados pela posteridade, se é que já não o foram pela contemporaneidade?
Deve ser a isso que se chama consciência.
E a consciência dói, ela punge, ela devora, ela queima por dentro como ácido.
Não bastavam as dificuldades da vida e ainda somos obrigados a saldar contas com a nossa consciência.
Será que o canalha pensa que está certo? Será que ele não vê que é canalha?
Em outros termos, será que as pessoas têm isenção para olhar para si próprias?
***
Eu digo isso porque não sei se sou uma pessoa boa ou correta. Eu tenho uma dúvida sobre minha conduta. Uma dúvida muito séria: será que eu não tinha o dever ético e social de ajudar mais os outros do que eventualmente eu possa estar fazendo ou já ter feito?
Será que não estou sendo omisso no meu comportamento social? Eu não teria de ser mais benigno e solidário em determinadas situações por que passei com relação aos outros?
Será que não me omiti quando tive a oportunidade de levar à frente ações beneficentes a pessoas da minha proximidade ou até mesmo a gente distante de mim, que, no entanto, por pertencerem ao meu círculo familiar ou social, mereciam de mim maior atenção e ajuda?
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Isso é uma forma de se olhar no espelho. Isso é o que se pode chamar de consciência.
Será que não tenho contrariado ou molestado o meu senso de responsabilidade?
Será que, diante dos atributos que a natureza e/ou a minha formação me concederam, eu não tenho sido falho ou omisso com alguns dos meus semelhantes e isso possa tê-los ofendido ou prejudicado gravemente?
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Será que não é muito benévolo o julgamento que faço dos meus atos? E o que será que pensam de mim as pessoas com quem cruzei ou tenho vínculos sanguíneos?
Será que por comodidade ou por falta de coragem eu não deixei de atender à integração obrigatória que teria de cumprir com meu meio ou com a minha condição?
Será que as pessoas não esperavam mais de mim e eu, que tinha condições para atendê-las, não o fiz por entender erradamente que não era meu dever?
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Será que só fiz o que pude quando o certo era fazer mais do que pudesse, deixando de pensar demais em mim e me dedicando de corpo e alma à tarefa de ajudar e compreender os outros.
Afinal, quem sou eu, sou justo ou iníquo perante o julgamento alheio ou da minha história?
E o meu papel? Será que cumpri o meu papel e atendi às expectativas da minha capacidade e das necessidades dos outros.
Ou, então, será que muitas vezes por covardia deixei de me esforçar para ser atencioso, carinhoso, dadivoso, pródigo com quem necessitava vitalmente da minha mão amiga e acabei abandonando no meio da estrada estas pessoas aflitas?
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Afinal, será que a desculpa que sempre dei de que a vida é uma batalha e a gente tem de pensar em si próprio para não ter de amargar desventuras patrimoniais no futuro (ou até mesmo no presente), licenciando-se assim para despreocupar-se com os outros, não terá sido exagerada, abandonando à própria sorte pessoas que tinha o dever de amparar, de conduzir, de consolar?
Será que pertence só a mim esta faculdade de fazer um balanço da minha vida, ou todos se debruçam com essa preocupação para a possibilidade de virem a ser julgados pela posteridade, se é que já não o foram pela contemporaneidade?
Deve ser a isso que se chama consciência.
E a consciência dói, ela punge, ela devora, ela queima por dentro como ácido.
Não bastavam as dificuldades da vida e ainda somos obrigados a saldar contas com a nossa consciência.
PAULO SANT’ANA
05 de maio de 2009 | N° 15960
Zero Hora
Um comentário:
Muito, Paulo Santana cada vez mais espetacular.
Mauro
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