10 de maio de 2009

Moldura de Mãe


Quando eu cheguei, você partiu, deixando-me indefensa em mãos estranhas.

Transitei de casa em casa e, somente na rua, sob o amparo do firmamento, encontrei o teto que ainda me acolhe.

Dizem que sou menor carente, porque não tendo mãe falta-me tudo.

Há outros menores assim também chamados, que possuem pais e vivem sob carências atormentantes.

Eu sei que se você estivesse aqui, certamente me teria amparado, conduzindo-me com segurança..

A vida sem a presença de uma querida mãe é igual a uma viagem por largo trato de terra desértica sem a proteção de uma sombra nem o apoio de uma fonte refrescante.

Contam-me que há mães desalmadas, que abandonam os filhos sem qualquer compaixão.

Quando tal acontece, porém, elas devem estar loucas, vitimadas pela ignorância ou por fatores outros, decorrentes da miséria social, econômica ou moral.

...E constituem exceção.

Embora eu não a tenha conhecido, mamãe, emolduro-a com a ternura e o amor, confiante em que você é um anjo, no país do céu, velando por mim ao lado de outras mães, que se transformam em claridade estelar, a fim de que os orfãozinhos, que sofrem na escuridão, encontrem o brilho da esperança para seguir adiante, liberando-se da amargura e da desesperação...

Enquanto haja mulheres que se santifiquem no ministério da maternidade, o futuro feliz da criatura humana permanecerá abençoado por Deus...


Livro: No Longe do Jardim
Eros & Divaldo P. Franco

Um comentário:

Mikasmi disse...

Também não entendo como há quem abandone ou mal-trate filhos, mas essa é infelizmente uma realidade.
Tenho mãe, tenho filhas e sou avó de um pequenininho é a coisa mais bonita do mundo. Agora percebo quando minha mãe dizia que, ter um neto era ser mãe duas vezes.
Tenho imensa pena das crianças que não têm uma mãe a seu lado para os amar e acarinhar.
Abs